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Informações da Prova Questões por Disciplina IBGE - Agente Censitário - CESGRANRIO - 2009 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Texto I


             Muita gente parece achar que a última flor do Lácio,
        além de inculta e apesar de bela, como Bilac a
        descreveu, é pobre demais: precisa de injeções
        frequentes de outros idiomas, de preferência o inglês.
5      São aqueles que nunca estacionam seus carros:
        parqueiam-nos. Suas amadas jamais têm encantos: são
        cheias de glamour. Emoções são trips, e o pessoal fica
        down em vez de deprimido, o que não é nada o.k. Uma
        turma, sem dúvida, muito over.
10    E quem entende a nossa importação dos billboards
        americanos (anúncios em grandes cartazes ao ar livre),
        batizando-os de outdoors?
        Combater as importações bobocas ou desne-
        cessárias não é simples. Existem as necessárias.
15    Nenhum vocabulário é imutável, fechado. Toda
        sociedade absorve experiências e criações de outros
        povos, e nem sempre dispõe de expressões que definam
        as novidades necessárias. Muitas vezes, é preciso
        adotar simultaneamente o termo e a atividade ou a
20    coisa.
        Não há nada errado em surfar e andar de skate -
        este, mesmo sem ter virado esqueite, diferente do esqui.
        Ou comer uma pizza, tomar um sakê. Seria insensato
        rejeitar o bar dos ingleses ou a sauna dos finlandeses.
25    Enfim, é tão importante zelar pelo nosso vocabulário
        como não rejeitar aquisições indispensáveis ou
        obviamente convenientes.
        A importação de palavras é indispensável quando
        trazemos para o dia a dia algo de novo. Quando o futebol
30    veio da Inglaterra, trouxe na bagagem o córner, o gol, o
        pênalti, o chute. O zagueiro, fomos buscar, sabe-se lá
        por quê, na Espanha.
        A regra deveria ser óbvia: importar o indispensável,
        por sê-lo. E evitar a frescura de usar expressões
35    estrangeiras gratuitamente. Há óbvia diferença entre
        aceitar um termo sem equivalente nacional e trazer
        outro, que tem apenas o suposto encanto (não o charme,
        claro) de tornar a comunicação mais sofisticada ou
        elegante.
40    Ressuscito este arrazoado provocado por praga
        recente: o Rio (ou o Brasil inteiro, sei lá) está cheio de
        estabelecimentos que entregam compras em domicílio
        apregoando em cartazes que fazem a tal delivery. São
        fornecedores de pizzas, sanduíches e outras
45    comidinhas (para os que não sabem o que seja uma
        comidinha, informo, resignado: é o que vocês chamam
        de fast food).
        Será possível que esses comerciantes estão
        convencidos de que o serviço anunciado em inglês torna-se
50    mais confiável? O alimento delivered chega mais
        depressa e mais quentinho?
        Não acredito. Deve ser frescura mesmo.

GARCIA, Luiz. O Globo, 5 ago. 2008. (com adaptações)

1 -

Segundo o texto, o autor considera indispensável a adoção de palavras de outro idioma na língua portuguesa quando há:

a)

necessidade de sofisticar o vocabulário para atrair clientela.

b)

sonoridade da palavra importada que cai no gosto popular.

c)

algo de novo que não tenha termo correspondente em nossa língua.

d)

a garantia da incorporação do novo termo ao conjunto vocabular do português.

e)

a intenção de dar maior confiabilidade à introdução de produtos importados.

2 -

"Em nossa época, os estrangeirismos existentes na língua portuguesa do Brasil advêm principalmente da língua inglesa, devido à forte presença norte-americana em nossas vidas. (...) Foi assim no séc. XIX, quando a França era o centro cultural do mundo ocidental: a língua portuguesa, nessa época, viu-se invadida por expressões francesas."

NEGREIROS, Gil Roberto Costa. O estrangeirismo no português do Brasil: fator descaracterizante?

Disponível em: www.filologia.org.br/revista/artigo/11(31)06.

O trecho do artigo acima e o texto têm pontos de vista semelhantes no que se refere à(ao):

a)

necessidade de banir termos estrangeiros de qualquer idioma para a purificação da língua nativa.

b)

condescendência com a língua francesa na incorporação de termos desse idioma ao português.

c)

compreensão de que a influência de línguas estrangeiras se deve à intensidade de sua presença em um contexto cultura.

d)

importância do acolhimento de termos estrangeiros na língua portuguesa como requisito do processo de globalização.

e)

afastamento do inglês de nosso idioma em função da dominação cultural norte-americana.

3 -

Não é a primeira vez que o autor trata do assunto estrangeirismos, conforme se constata quando ele escreve:

a)

"E quem entende a nossa importação...?" (L. 10)

b)

"Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples." (L. 13-14)

c)

"Toda sociedade absorve experiências..." (L. 15-16)

d)

"é tão importante zelar pelo nosso vocabulário..." (L. 25)

e)

"Ressuscito este arrazoado provocado por praga recente:" (L. 40-41)

4 -

Os exemplos citados no 2.º parágrafo do texto contrariam o enunciado em:

a)

"Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples." (L. 13-14)

b)

"Nenhum vocabulário é imutável, fechado." (L. 15)

c)

"Toda sociedade absorve experiências e criações de outros povos,"(L. 15-17)

d)

"... não rejeitar aquisições indispensáveis ou obviamente convenientes."(L. 26-27)

e)

"A regra deveria ser óbvia: importar o indispensável, por sê-lo." (L. 33-34)

Compreensão e Interpretação de Textos
5 -

Em qual das frases abaixo o cronista mostra-se irônico?

a)

"Combater as importações bobocas ou desnecessárias não é simples." (L. 13-14)

b)

"Não há nada errado em surfar e andar de skate" (L. 21)

c)

"Quando o futebol veio da Inglaterra, trouxe na bagagem o córner," (L. 29-30)

d)

"está cheio de estabelecimentos que entregam compras em domicílio apregoando em cartazes que fazem a tal delivery." (L. 41-43)

e)

"(para os que não sabem o que seja uma comidinha, informo, resignado: é o que vocês chamam de fast food"). (L. 45-47)

Concordância Nominal e Verbal
6 -

As importações estrangeiras ______________ palavras indispensáveis à nossa língua, mas também ___________ ao nosso dispor outras desnecessárias.

Preenchem corretamente as lacunas acima, as formas verbais:

a)

trouxeram e pusessem.

b)

trouxeram e puseram.

c)

trariam e ponham.

d)

trouxessem e porão.

e)

trazem e ponham.

Crase
7 -

Observe as frases.

I. Dedicou-se às artes e ao estudo da língua portuguesa.

II. O texto faz referência às importações estrangeiras desnecessárias.

III. Compete à nós zelar pelo nosso vocabulário.

O acento indicativo da crase foi corretamente empregado APENAS na(s) frase(s):

a)

I.

b)

II.

c)

III.

d)

I e II.

e)

I e III.

Regência Nominal e Verbal
8 -

É mais do que suficiente o vocabulário _____ dispomos.

O termo _______ o autor se refere é surfar.

Tendo em vista a regência verbal, completam-se corretamente as frases com:

a)

de que - a que.

b)

com que - de que.

c)

que - de que

d)

a que - que.

e)

a que - com que.

Pronomes: Emprego, Formas de Tratamento e Colocação
9 -

A opção em que o termo em negrito não pode ser substituído pelo pronome pessoal oblíquo átono correspondente é:

a)

rejeitar o bar.

b)

andar de skate.

c)

comer uma pizza.

d)

adotar o vocabulário.

e)

importar o indispensável.

Concordância Nominal e Verbal
10 -

De acordo com a norma culta da língua, qual a única frase correta, quanto à concordância?

a)

Gol, pênalti, chute, tudo foi importado da Inglaterra.

b)

A importação de palavras, às vezes, são necessárias.

c)

Bastante pessoas gostam de usar vocábulos importados.

d)

Existe na língua expressões estrangeiras desnecessárias.

e)

Por toda a parte há cartazes com expressões e vocábulos estrangeiro.

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