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Informações da Prova Questões por Disciplina Assembleia Legislativa - Roraima - Analista de Sistemas - CETAP - 2010 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Sucesso tem Fórmula

Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes carpinteiros navais. Com a tecnologia do ferro, os navios passaram a ter couraça metálica. Impossível manter a superioridade sem caldeireiros e mecânicos competentes. Uma potência mundial não se viabiliza sem a potência dos seus operários. A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado sistema de formação técnica e vocacional do mundo. Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã". Mas, no fim das contas, todos os países industrializados montaram sistemas sólidos e amplos de formação profissional. Para construir locomotivas, aviões, naves espaciais. Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamente industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação profissional. Competese nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas também em desenho de websites ou robótica. Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do Senai. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano. Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de sete estados, em 44 ocupações. É isso mesmo, os graduados do Senai, incluindo alunos de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o segundo e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! Não é pouca porcaria para quem, faz meio século, importava banha de porco, pentes, palitos, sapatos e manteiga! E que, praticamente, não tinha centros de formação profissional. Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece milagre, quando consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), por pouco escapa de ser o último. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma fórmula simples, composta de quatro ingredientes. Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores competentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo. Obviamente, precisam saber fazer e saber ensinar. Diplomas não interessam (quem sabe nossa educação teria alguma lição a tirar daí?). Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos para a Olimpíada. O princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do Senai faz um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais participam de uma Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia em ação. Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo período de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de aperfeiçoar seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados instrutores do Senai, em regime de tutoria individual. Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar do último lugar, em 1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é essencial. Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual apenas cachorro grande entra. Era preciso ter um ótimo sistema de centros de formação profissional. Os parâmetros de qualidade são determinados pelas práticas industriais consagradas, e não por elucubrações de professores. Há que aceitar a idéia de peneirar sistematicamente, na busca dos melhores candidatos. É a crença na meritocracia, muito ausente no ensino acadêmico. Finalmente, é preciso muito esforço, muito mesmo. Para passar na frente de Alemanha e Suíça, só suando a camisa. E não foi o ato heróico, mas a continuidade que trouxe a vitória. A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados.

Claudio de Moura Castro Fonte: Revista Veja n. 2153

1 -

Marque a alternativa que NÃO contempla estrutural e semanticamente o texto:

a)

É um texto informativo argumentativo.

b)

O texto apresenta expressões populares.

c)

Bons profissionais, seleção por mérito, aperfeiçoamento individual e persistência resultam em sucesso.

d)

A linguagem jornalística tende a fragmentar períodos.

e)

Há 50 anos, o Brasil só importava a cesta básica.

Emprego das Classes de Palavras
2 -

"Portanto, a persistência é essencial". O conectivo "Portanto" denota:

a)

Tempo.

b)

Conclusão.

c)

Concessão.

d)

Proporção.

e)

Fim.

Figuras de Linguagem
3 -

A figura de linguagem presente em "Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares..." é:

a)

Metáfora.

b)

Silepse.

c)

Antítese.

d)

Metonímia.

e)

Ironia.

Interpretação de Textos
4 -

De: "Uma potência mundial não se viabiliza sem a potência de seus operários", pode-se afirmar:

a)

que o desempenho empresarial é parcialmente proporcional ao dos colaboradores.

b)

que "não" e "sem" têm idéia de negação .

c)

que a partícula negativa é atrativa para próclise.

d)

que os acentos gráficos foram empregados em vocábulos proparoxítonos.

e)

que viabilizar é antônimo de sucesso.

Pontuação
5 -

Sobre os sinais de pontuação empregados no texto, é INCORRETO afirmar:

a)

que a primeira vírgula, no primeiro período textual, separa um adjunto adverbial deslocado.

b)

que as aspas, no segundo parágrafo, são marcadores de ironia.

c)

que, no sétimo parágrafo, o parêntese emite um juízo de valor positivo sobre as academias.

d)

que, no oitavo parágrafo, o parêntese poderia ser substituído por uma vírgula.

e)

que os dois pontos, no último parágrafo, assinalam a seqüência enumerativa.

Concordância Nominal e Verbal
6 -

Marque a estrutura em que a pluralização do sujeito NÃO levaria o verbo ao plural:

a)

"Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu..."

b)

"O time vencedor mergulha em árduo período..."

c)

"...existe a Olimpíada do Conhecimento (World Skills Internacional)"

d)

"Deve haver um segredo..."

e)

"...mas a continuidade que trouxe a vitória."

Interpretação de Textos
7 -

Em: "Dali se pescam os que vão representar o Brasil" (8° parágrafo), é INADEQUADO afirmar:

a)

que o termo referido por "dali" é "times".

b)

que a forma verbal está pluralizada para concordar com o antecedente do pronome relativo.

c)

que houve emprego conotativo de "pescar".

d)

que "Brasil" poderia ser substituído pelo hiperônimo país.

e)

que o pronome "se" deveria estar em ênclise.

Conjunção
8 -

Os conectivos "mas", "também" e "ou" em: "...mas também em desenho de websites ou robótica." denotam, respectivamente:

a)

Adversidade, inclusão, alternância.

b)

Adição, conclusão, realce.

c)

Adversidade, precisão, distribuição.

d)

Adição, adversidade, afastamento.

e)

Realce, precisão, negação.

Interpretação de Textos
9 -

O texto emprega termos que indicam oralidade, várias vezes, entre eles "apenas cachorro grande entra" e "só suando a camisa", empregados respectivamente à ou a:.

a)

competição felina e esforço intenso..

b)

disputa acirrada e envolvimento total.

c)

competição inadequada e trabalho braçal.

d)

busca de objetivos e trabalho desleal.

e)

denegrir a imagem dos competidores e mostrar empenho.

Ortografia e Semântica
10 -

Nas alternativas seguintes, há emprego de parônimos, em uma, entretanto, existe INCORREÇÃO, identifique:

a)

Uma tarefa acurada exige envolvimento.

b)

É preciso discriminar o bom e o mau treinamento.

c)

Com os cursos emergiram talentos no Brasil.

d)

O profissional brasileiro não deve se reduzir à pequenez.

e)

A premiação nas Olimpíadas do Conhecimento retifica o aperfeiçoamento do operário.

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