TRT - 24.ª Região - Técnico Judiciário - Administrativa - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2011 - Prova Objetiva
B6 - Economia
Existe uma longa tradição analítica que divide a economia em três setores: primário (atividades agropecuárias), secundário (indústrias extrativas, de transformação, construção civil e utilidades públicas) e terciário (que inclui todos os tipos de serviços públicos e privados). Até aí tudo bem. Entretanto, há também uma tradição em associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia, além de reduzida eficiência organizacional. Ao mesmo tempo, associam-se à indústria qualidades opostas, ou seja, elevada produtividade, maior nível tecnológico e sofisticada organização.
Historicamente isso certamente é correto, pelo menos até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição ainda hoje extraordinariamente difundida e aceita de que mais indústria é bom e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento. Um corolário imediato é também derivado na área de comércio exterior: mais exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem para o crescimento de longo prazo, pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego, prejudicando a indústria, a chave do crescimento.
Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para ser usada sem cautela, por algumas razões. Uma parte crescente das novidades tecnológicas não está na indústria, mas sim nos serviços, onde se destacam a Tecnologia da Informação (TI), as comunicações, os serviços criativos, etc. Esse fenômeno é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma revolução de software, onde se gera a maior parte do valor, que coloca o hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários do processo. Por outro lado, a TI permitiu uma ampla modificação no sistema de produção, em que se busca cada vez mais foco e especialização para a cadeia de produção. Como consequência, as atividades produtivas se organizam de maneiras diferentes, formando cadeias muito mais complexas do que no passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as contraposições do tipo agricultura versus indústria.
(Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros. O Estado de S. Paulo, B6/Economia, 7 de março de 2010)
Em relação ao texto, é correto afirmar que:
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a)
a sofisticada organização (1.º parágrafo) da indústria supera, de muito, o desenvolvimento tecnológico ocorrido no setor terciário. |
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b)
a construção civil e as utilidades públicas (1.º parágrafo), por sua baixa produtividade, desempenham papel pouco importante na economia mundial. |
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c)
os segmentos Até aí tudo bem (1.º parágrafo) e a meu juízo (final do texto) reforçam o caráter opinativo do desenvolvimento textual. |
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d)
referência à revolução de software (3.º parágrafo) constitui o argumento que justifica a superioridade da indústria sobre a agricultura. |
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e)
as atividades primárias (1.º parágrafo), ao contrário do que tradicionalmente se afirma, têm sido a principal garantia do acentuado crescimento da economia. |
Segundo o autor,
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a)
a tradição que classifica os três setores produtivos deverá ser mantida, pois reflete, coerentemente, a situação da indústria como mantenedora do comércio exterior. |
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b)
a tradicional oposição entre agricultura e indústria merece ser revista, devido, especialmente, ao desenvolvimento tecnológico que embasa as atividades de produção. |
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c)
os três setores da economia se equivalem em importância, fato aceito desde longa data por analistas, com ligeira superioridade da atividade primária. |
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d)
a proposta de um amplo desenvolvimento da agricultura, baseado na tecnologia, deve ser estudada com certa atenção, para não trazer prejuízos à indústria. |
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e)
o desenvolvimento da economia deverá, a partir de agora, voltar-se para o setor secundário, tendo em vista sua evolução tecnológica. |
Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para ser usada sem cautela, por algumas razões. (3.º parágrafo)
A expressão grifada refere-se:
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a)
ao confronto que se estabelece tradicionalmente entre os ganhos econômicos da atividade agrícola e aqueles resultantes da produção industrial. |
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b)
à visão tradicional da separação dos setores da economia, por seu desempenho, e a aceitação do atual desenvolvimento tecnológico. |
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c)
aos problemas que surgem na área do comércio exterior, em que as exportações agrícolas acabam prejudicando o setor industrial. |
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d)
ao desempenho da indústria, bastante superior ao da produção agrícola, que serve de sustentação para a economia. |
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e)
ao atraso ainda existente nas atividades de base agrícola, em contraste com o elevado desenvolvimento tecnológico da indústria. |
A respeito do 1.º parágrafo do texto, está INCORRETO o que consta em:
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a)
Substituindo-se a expressão uma longa tradição analítica por análises tradicionais, os verbos Existe e divide devem ser colocados no plural, em respeito às normas de concordância. |
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b)
A presença dos dois pontos assinala a introdução de um segmento enumerativo como explicação necessária para a expressão três setores. |
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c)
Os segmentos que aparecem entre parênteses especificam o sentido do termo imediatamente anterior a cada um deles. |
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d)
A ausência e a presença do sinal de crase nos segmentos associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia e associam-se à indústria qualidades opostas denotam incorreção, por ter sido empregado o mesmo verbo, associar. |
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e)
Entretanto e Ao mesmo tempo têm função adverbial no contexto em que se situam, introduzindo ressalva em relação ao que se afirma antes. |
Esse fenômeno é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma revolução de software... (3.º parágrafo)
No segmento grifado acima identifica-se:
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a)
uma restrição e sua conclusão imediata. |
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b)
uma condição e o fato dela consequente. |
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c)
uma explicação lógica, decorrente de uma causa. |
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d)
uma hipótese provável, seguida de explicação. |
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e)
a causa evidente de um fato e sua consequência. |
...mais exportações agrícolas (e minerais) pouco contribuem para o crescimento de longo prazo ... (2.º parágrafo)
A mesma relação entre o verbo e o complemento grifados acima está em:
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a)
...o que resultou em uma proposição... |
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b)
...e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento. |
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c)
...pois provocam valorização cambial e pouca expansão do emprego... |
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d)
Uma parte crescente das novidades tecnológicas não está na indústria... |
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e)
...formando cadeias muito mais complexas do que no passado... |
Por outro lado, a TI permitiu uma ampla modificação no sistema de produção, em que se busca cada vez mais foco e especialização... (3.º parágrafo)
A expressão pronominal grifada acima preenche corretamente a lacuna da frase:
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a)
A evolução tecnológica aplicada à agricultura tem sido importante ...... se desenvolvam novos métodos eficazes de produção. |
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b)
A visão tradicional é a ...... um parque industrial pujante deve garantir o crescimento econômico de qualquer país. |
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c)
Os produtores, ...... defendem o aumento da exportação agrícola, buscam melhores condições para o transporte da safra aos portos. |
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d)
A preocupação com os lucros, ...... se baseiam as transações comerciais, conduz à aplicação de novas tecnologias no setor de serviços. |
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e)
Todas as pesquisas ...... se referiam os economistas indicavam a expansão da produção agrícola, fundamentada no avanço tecnológico. |
A frase em que há desrespeito às normas de concordância verbal e nominal é:
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a)
Uma das mais efetivas conquistas decorrentes do avanço tecnológico está na obtenção de safras recordes em áreas reduzidas de plantio. |
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b)
Já estão sendo levados a efeito a aplicação dos recursos tecnológicos no setor de serviços, garantindo-lhes enorme importância na economia. |
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c)
Um feito considerável, resultante das inovações tecnológicas, foi a introdução do uso do etanol em veículos, o que possibilitou o sucesso dos carros flex. |
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d)
A produção de bioplásticos degradáveis constitui um projeto de alto impacto, que vai permitir uma forte expansão da indústria química. |
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e)
Desenvolvem-se atualmente projetos de produção de diesel, a ser obtido a partir do caldo da cana, que não contém enxofre, como o mineral. |
Filosofia - Conceito de Belo
Para a filosofia, o conceito de belo liga-se, de maneira indissociável, ao de verdadeiro - e, por extensão, ao de bom e justo. Isso ecoa no cotidiano quando classificamos um bom gesto de "belo" ou recriminamos uma criança que cometeu peraltice, dizendo que ela fez uma "coisa feia". Estamos, aí, ainda que nos aspectos mais comezinhos da vida, no terreno da metafísica, a subdivisão do conhecimento filosófico que se debruça sobre tudo aquilo que ultrapassa a experiência sensível. Há, de fato, na beleza - de uma flor, de uma pessoa, de uma obra de arte - algo que parece transcender o aspecto físico e que se conecta ao que há de idealmente mais perfeito e, até mesmo, ao que é considerado divino.
Mas, independentemente de estar associada a outros conceitos sublimes, a beleza requer definição concreta - o que nos ajuda, inclusive, se nem sempre a nos tornarmos mais verdadeiros, bons ou justos, pelo menos mais agradáveis ao espelho. Não basta, portanto, intuir que algo é belo. É preciso entender por que desperta em nós essa percepção deleitosa.
De acordo com o estudo das proporções e da biologia evolutiva, a beleza não é apenas questão de gosto: é a reunião feliz, e não muito comum, de simetria, harmonia e unidade. Uma forma de inteligência biológica com evidentes vantagens adaptativas. Em outras palavras, a beleza paira acima das apreciações meramente pessoais.
A progressiva compreensão das formas de beleza e as tecnologias dela surgidas produziram uma grande conquista: hoje, talvez não sejamos intrinsecamente mais belos do que outras gerações - mas podemos ficar mais bonitos do que nunca. Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e driblar nossas fraquezas genéticas é resultante da combinação entre os avanços nos cuidados com a aparência física e o estilo, a possibilidade de envelhecer com saúde e, não menos essencial, a valorização de atributos sociais como autoestima, simpatia, cultura e expressividade. "É o equilíbrio dessas qualidades que torna um indivíduo mais ou menos atraente", diz o cirurgião plástico Noel Lima, do Rio de Janeiro.
(Adaptado de Anna Paula Buchalla. Veja, 12 de janeiro de 2011, p. 79)
A ideia principal do texto está contida na frase:
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a)
Na Filosofia, é imperceptível o conceito de beleza, pois ele se encontra intimamente ligado aos conceitos de verdade e de justiça. |
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b)
É necessária uma percepção intuitiva para que seja possível entender, com clareza, o que deve ser avaliado como sinônimo de belo. |
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c)
Os cuidados com a aparência, associados a atitudes de simpatia, permitem que todos se sintam representantes de um ideal de beleza na sociedade. |
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d)
Deve ser mínima a relação entre a aparência natural das pessoas e aquela que venha a ser obtida mediante cuidados e recursos estéticos. |
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e)
Beleza é um atributo natural que hoje pode ser ressaltado por cuidados e intervenções estéticas e, ainda, por atitudes e comportamento social. |
Considerando-se o texto, está INCORRETA a afirmativa:
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a)
O sentido da expressão essa percepção deleitosa remete à subjetividade implícita na frase anterior: intuir que algo é belo. (2.º parágrafo) |
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b)
Transpondo para a voz passiva a frase ou recriminamos uma criança o resultado será: ou uma criança é recriminada por nós. (1.º parágrafo) |
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c)
A expressão grifada em é resultante da combinação configura um exemplo de regência nominal. (último parágrafo) |
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d)
A expressão por que pode ser substituída por as razões pelas quais, sem qualquer alteração na estrutura e no sentido do restante da frase em que se encontra. (2.º parágrafo) |
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e)
É o equilíbrio dessas qualidades que torna um indivíduo ... (final do texto) Substituindo-se a expressão grifada por essas qualidades, a frase deverá ser alterada para: São essas qualidades que tornam um indivíduo ... |