1 Por mais de três décadas, a história da implantação da infraestrutura rodoviária no Brasil foi um caso de sucesso. Com a concessão da autonomia administrativa e financeira para o 4 DNER, a partir de 1945, e a criação do Fundo Rodoviário Nacional (FRN) com recursos gerados pelo imposto único sobre combustíveis e lubrificantes, o subsetor passou a dispor 7 de um aparato organizacional e de financiamento de longo prazo com recursos a fundo perdido para a construção da infraestrutura rodoviária no país. Posteriormente, com a 10 instituição do sistema DNER-DERs e o estabelecimento da forma de distribuição do FRN entre a União, os estados e os municípios, os três níveis de governo foram dotados com 13 recursos financeiros e organizacionais para a execução do plano rodoviário nacional. Tais políticas proporcionaram, de forma excepcional, a ampliação da malha rodoviária do país. 16 Porém, no início da década de 80, com a crise do modelo nacional desenvolvimentista, começou a se desconstruir, de forma gradual, o esquema de financiamento 19 existente. Os recursos vinculados ao FRN foram progressivamente transferidos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento (criado em 1974) e, em 1982, as vinculações 22 de recursos para infraestrutura rodoviária foram extintas. Por fim, a Constituição Federal de 1988 vedou a vinculação de impostos a órgãos, fundos ou despesas predeterminadas. Para 25 se ter ideia do que isso significou, se os investimentos anuais feitos nas rodovias na década de 70 foram sempre superiores a 1% do produto interno bruto, estes alcançaram quase 0,2% ao 28 final dos anos 90.
Alexandre de Ávila Gomide. A política das reformas institucionais no Brasil: a reestruturação
do setor de transportes. Internet: < http: bibliotecadigital.fgv.br > (com adaptações).
A autonomia administrativa e financeira do DNER e a criação do FRN tiveram início em 1945.
Certa. |
Errada. |
A partir da década de 80, teve início a crise nacional desenvolvimentista que se estendeu até o início do século XXI e que acarretou prejuízos consideráveis ao setor rodoviário do Brasil.
Certa. |
Errada. |
A expressão "começou a se desconstruir" (L.17-18) apresenta sujeito indeterminado pelo pronome "se" e tem como complemento o objeto "o esquema de financiamento existente" (L.18-19).
Certa. |
Errada. |
O período "Tais políticas (...) do país" (L.14-15) poderia ser reescrito, com manutenção das ideias originais e preservação da correção gramatical, da seguinte forma: Com relação às políticas adotadas, proporcionaram, de forma excepcional, a ampliação da malha rodoviária do país.
Certa. |
Errada. |
O texto em questão é predominantemente dissertativo-argumentativo, uma vez que defende a ideia de que a história da implantação da infraestrutura rodoviária brasileira foi bem-sucedida.
Certa. |
Errada. |
1 É inegável que a política de estímulo ao transporte individual motorizado é absolutamente insustentável, tanto pelo uso de recursos naturais quanto pela geração de poluição e pela 4 crescente inviabilização dos deslocamentos urbanos. Não são necessárias muitas considerações para se constatar o óbvio: os engarrafamentos quase permanentes em 7 cidades como Rio de Janeiro e São Paulo provocaram, nos últimos anos, uma queda vertiginosa na velocidade média de suas ruas. Não apenas a lentidão irritante do tráfego urbano, 10 a par da escassez de vagas, provoca desperdício de petróleo, um recurso natural não renovável, e aumento na quantidade de horas de trabalho perdidas no trânsito, como a poluição 13 decorrente desses fatos causa um número cada vez maior de casos de doenças respiratórias, sem falar nos problemas psíquicos. Os prejuízos são, ao mesmo tempo, sociais, 16 ambientais e econômicos (embora alguns setores sempre lucrem com o caos). Com a moeda estável e financiamentos em até 72 19 meses, as classes ascendentes podem realizar suas aspirações de possuir um carro novo. Certo, elas também têm direito a um carro e, além disso, tal poder de compra “é um sinal de 22 progresso social e econômico”, como tanto se ouve falar. No entanto, essa forma superficial de encarar a questão esconde que, na verdade, não há progresso algum, nem para a 25 sociedade, como um todo, nem para o feliz possuidor do carro novo. É indispensável que a sociedade tome consciência de 28 que o transporte individual nas cidades é incompatível com uma boa qualidade de vida. É importante que se renuncie à ideia falsa de conforto que o automóvel proporciona e ao seu 31 uso como mero símbolo de status. Somente modos de transporte de massa, ou seja, os movidos à energia elétrica, como trens e metrô, podem resolver tais problemas. 34 Planejamento urbano de qualidade é igualmente indispensável. Isso significa, entre outras medidas, concentrar serviços próximos ou entremeados com áreas residenciais, para 37 que se reduza a necessidade de deslocamentos; permitir escritórios de baixa movimentação de pessoas em áreas meramente residenciais; incentivar a implantação de escolas 40 de qualidade em todos os bairros; descentralizar os polos de negócio, de comércio e de finanças. Quanto mais tempo levarmos para a adoção dessas medidas, mais cara, demorada 43 e dolorosa será a tentativa de reverter a tendência de colapso no sistema de transporte urbano.
Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente.
Internet: < http: www.oeco.org.br > (com adaptações).
De acordo com o texto, o número cada vez maior de carros nas ruas traz prejuízos para a sociedade.
Certa. |
Errada. |
Para que haja resolução, ainda que parcial, do problema de transporte de pessoas nas cidades, o ponto de partida é a iniciativa governamental, uma vez que a solução da questão envolve planejamento urbano.
Certa. |
Errada. |
Ao empregar a expressão "tais problemas" (L.33), o autor faz referência aos fenômenos citados no segundo parágrafo do texto.
Certa. |
Errada. |
O emprego da vírgula utilizada logo após o nome "medidas" (L.35) é obrigatório.
Certa. |
Errada. |
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