As perspectivas mais sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza – e a do próprio ser humano para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa, e a vida sempre voltou com ainda mais força. Disse à revista VEJA a geógrafa Susana Hecht, professora de planejamento urbano da Universidade da Califórnia e especialista em desenvolvimento sustentável: "Os recursos da Terra são limitados, temos de tomar cuidado para não acabar com eles, ainda mais porque não existe perspectiva de quando poderemos colonizar outro astro. Só que a natureza tem um enorme poder de se reabilitar e a humanidade dispõe de tempo para usar a tecnologia em favor de um desenvolvimento sustentável.”
Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre o crescimento populacional e preservação dos recursos, a natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa arca de Noé, mas ela tem limites.
(Revista VEJA, n.º 44, 2 de novembro/2011, p. 132).
A opinião de Susana Hecht, transcrita no texto, admite essencialmente
a)
que o uso de tecnologia já é efetivo na consecução de um planeta sustentável. |
b)
que os recursos naturais podem ser extinguíveis; porém, há estratégias de recomposição que apontam para a sustentabilidade. |
c)
a exequibilidade do projeto de colonização de outro astro pela humanidade. |
d)
que a humanidade deverá extinguir os recursos naturais do planeta. |
e)
a existência do equilíbrio a partir dos pressupostos holísticos inerentes à própria forma de recuperação da natureza. |
O último parágrafo traz como informação correta a seguinte assertiva:
a)
os elementos metafóricos “espaçonave” e “arca de Noé” são constituintes expressivos que se complementam para a formação imagética da Terra na sua condição de astro que vaga e acolhe. |
b)
a ideia de equilíbrio, conforme consta no parágrafo, não se remete à dicotomia crescimento demográfico e preservação dos recursos. |
c)
por uma perspectiva semântica, a última oração do parágrafo retoma o sentido da anterior para provocar-lhe o caráter de finalidade. |
d)
a oração “A natureza manda suas mensagens de socorro” está deslocada no período, visto que não mantém uma relação de afinidade com a anterior. |
e)
no trecho “Enquanto se procuram soluções” é possível singularizar o verbo sem causar-lhe dano semântico nem subversões à norma culta da língua. |
Se a limitação dos recursos da Terra está relacionada à ideia de uma possível escassez, então, não se pode dizer que:
a)
os recursos são parcos. |
b)
os recursos são exíguos. |
c)
os recursos são inextinguíveis. |
d)
os recursos são insuficientes. |
e)
os recursos são finitos. |
Considerando aspectos da gramática normativa,o exceto "e a humanidade dispõe de tempo para usar a tecnologia" não admite a reescrita:
a)
e há tempo disponível à humanidade para usar a tecnologia. |
b)
e a humanidade tem tempo para usar a tecnologia. |
c)
como dispõe de tempo, a humanidade ainda pode usar a tecnologia. |
d)
e deve haver tempo para que a humanidade utilize a tecnologia. |
e)
há tempo suficiente a humanidade para que possa utilizar a tecnologia. |
Sem provocar modificações sintáticas, a oração "Enquanto se procuram soluções" admite também a reescrita:
a)
Enquanto soluções eram procuradas. |
b)
Enquanto soluções são procuradas. |
c)
Enquanto procuram soluções. |
d)
Enquanto soluções serão procuradas. |
e)
Enquanto procuram as soluções. |
Considerando aspectos da gramática normativa, é correto afirmar a respeito do período do texto: "Os recursos da Terra são limitados, temos de tomar cuidado para não acabar com eles":
a)
A última oração pode ser também escrita da seguinte forma: “para que não se acabe”. |
b)
Após a palavra "limitados" - fazendo as devidas modificações - não seria incorreto substituir a vírgula por ponto. |
c)
A ideia de causalidade é expressa pela última oração. |
d)
Em vez de “temos de tomar cuidado” seria “temos que tomar cuidado”, pois aí há uma expressão mais adequada à norma culta. |
e)
O termo “limitados” é complemento verbal. |
A população mundial torna-se urbana, os camponeses tornam-se cidadãos. Na América latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos: as maiores cidades do mundo, e as mais injustas. Expulsos pela agricultura moderna de exportação e pela erosão das suas terras, os camponeses invadem os subúrbios. Eles acreditam que Deus está em todas as partes, mas por experiência própria sabem que atende nos grandes centros urbanos. As cidades prometem trabalho, prosperidade, um futuro para os filhos. Nos campos, os esperadores olham a vida passar e morrem bocejando; nas cidades, a vida acontece e chama. Amontoados em cortiços, a primeira coisa que os recém chegados descobrem é que o trabalho falta e os braços sobram, que nada é de graça e que os artigos de luxo mais caros são o ar e o silêncio.
(Eduardo Galeano, O império do consumo).
Em síntese, o texto de Eduardo Galeano :
a)
expõe com detalhes a teoria do êxodo rural que se fundamenta na dicotomia indústria agrícola e produção de subsistência. |
b)
expressa a problemática do camponês que, ao deixar sua terra, aglomera-se nos centros urbanos injustos e ilusórios. |
c)
aponta as características do novo retirante, aquele que não mais se adapta à vida nas comunidades rurais |
d)
evidencia a complexidade da vida urbana, estruturada a partir de valores consumistas. |
e)
mostra que o camponês não pode mais viver em sua terra, visto que a cidade oferece-lhe benesses apenas encontradas nesse contexto. |
No final do texto o autor diz que "os braços sobram". O termo, portanto, expressa :
a)
um caráter metonímico, o qual sintetiza a ideia de que são trabalhadores e não, especificamente, braços. |
b)
a ideia de comparação, ou seja, não são os trabalhadores, mas os braços. |
c)
um paradoxo, já que o termo “braços” não pode substituir o sentido de trabalhadores. |
d)
a ausência de termo adequado para substituir a palavra “trabalhadores”. Traduz, inclusive, uma forma de catacrese. |
e)
o exagero que dá sentido à noção de massa de desempregados. |
Qual das versões de reescrita o excerto “Na América latina temos campos sem ninguém e enormes formigueiros urbanos” apresentou subversão à norma culta?
a)
Em contraste aos campos sem ninguém da América latina, prolifera-se os formigueiros urbanos. |
b)
Na América latina, há campos sem ninguém e existem também enormes formigueiros urbanos. |
c)
Na América latina, existem campos sem ninguém e formigueiros urbanos enormes. |
d)
Na América latina, encontram-se campos desertos, porém, em contraste a isso, há enormes formigueiros urbanos |
e)
Os formigueiros urbanos da América latina se contrapõem aos enormes campos sem ninguém |
Para o excerto "a primeira coisa que os recém chegados descobrem é que o trabalho falta" é informação correta:
(Questão anulada)
a)
das três orações, a última tem função de sujeito |
b)
a palavra "que" nas duas inserções tem a mesma função sintática |
c)
a oração "que o trabalho falta" se for reescrita para "se o trabalho falta" não ocorre mudança de classificação. |
d)
o termo "a primeira coisa" também é o complemento do verbo descobrir. |
e)
a segunda oração do período tem valor de complemento verbal. |
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