Em seu primeiro livro, Um estudo em vermelho, L&PM, Porto Alegre. 2011. P. 24, Sherlock Holmes fala do valor de certos conhecimentos para o homem: “Considero o cérebro de um homem como sendo inicialmente um sótão vazio, QUE você deve mobiliar conforme tenha resolvido. Um tolo atulha-o com quanto traste vai encontrando à mão, de maneira que os conhecimentos de alguma utilidade para ele ficam soterrados, ou, na melhor das hipóteses, tão escondidos entre as demais coisas que lhe é difícil alcançá-los.
Um trabalhador de talento, pelo contrário, é muito cuidadoso com o QUE leva para o sótão da sua cabeça. Não quererá mais nada além dos instrumentos QUE possam ajudar o seu trabalho; destes é que possui uma larga provisão, e todos na mais perfeita ordem. É um erro pensar que o dito quartinho tem paredes elásticas e pode ser distendido à vontade. Segundo as suas dimensões, há sempre um momento em QUE para cada nova entrada de conhecimento a gente esquece qualquer coisa QUE sabia antes. Consequentemente, é da maior importância não ter fatos inúteis ocupando o espaço dos úteis.”
Segundo esse texto, os conhecimentos de um homem:
a)
devem metaforicamente mobiliar o cérebro conforme forem surgindo em sua trajetória de vida; |
b)
precisam ser prioritariamente úteis e estarem à disposição do homem, em perfeita organização; |
c)
necessitam ficar escondidos dos demais, a fim de que só ele possa alcançá-los e utilizá-los convenientemente; |
d)
não devem ocupar o espaço já preenchido por outros conhecimentos mais antigos; |
e)
prestam-se à sua utilização imediata e provocam o desaparecimento de outros conhecimentos por ser o cérebro um espaço ilimitado. |
No texto temos cinco ocorrências destacadas do pronome relativo que;a alternativa em que o antecedente desse pronome está ERRADAMENTE indicado é:
a)
"...QUE você deve mobiliar..." - um sótão vazio; |
b)
"...QUE leva para o sótão da sua cabeça..." - um trabalhador de talento; |
c)
"...QUE possam ajudar o seu trabalho..." - instrumentos; |
d)
"...em QUE para cada nova entrada..." - momento; |
e)
"...QUE sabia antes." - qualquer coisa. |
No trecho "...tão escondidos entre as demais coisas QUE lhe é difícil alcançá-los...", verifcamos que o conector destacado estabelece uma relação de:
a)
causa; |
b)
finalidade; |
c)
consequência; |
d)
explicação; |
e)
comparação. |
"O cérebro de um homem é um sótão vazio. Todavia ele não pode ser atulhado com inutilidades". Unindo-se em um só período essas frases do texto, de modo a NÃO haver alteração de sentido, obtém-se:
a)
Porque o cérebro de um homem é um sótão vazio, ele não pode ser atulhado com inutilidades. |
b)
Apesar de o cérebro de um homem ser um sótão vazio, ele não pode ser atulhado com inutilidades. |
c)
O cérebro de um homem é um sótão vazio, consequentemente ele não pode ser atulhado com inutilidades. |
d)
Quando o cérebro de um homem for um cérebro vazio, ele não pode ser atulhado com inutilidades. |
e)
O cérebro de um homem é um sótão vazio, logo ele pode ser atulhado com inutilidades. |
No trecho "É um erro pensar que o dito quartinho tem paredes elásticas", a forma diminutiva indica dimensão, tamanho. A alternativa em que, em função dos elementos da frase, o diminutivo está empregado em sentido depreciativo é:
a)
A mente pode estar cheia de lembrancinhas da infância. |
b)
Havia muitas coisinhas para guardar no pequeno compartimento. |
c)
Não devemos guardar inutilidades em nossas cabecinhas. |
d)
Essa gentinha não sabe utilizar seu cérebro. |
e)
Não devemos ter fatos inúteis ocupando o espacinho do cérebro. |
"Consequentemente, É DA MAIOR IMPORTÂNCIA NÃO TER FATOS INÚTEIS OCUPANDO O ESPAÇO DOS ÚTEIS". A frase destacada no final do texto mostra:
a)
uma conclusão decorrente do que foi dito anteriormente; |
b)
uma retomada de uma ideia anterior não muito bem expressa; |
c)
uma explicação necessária para o perfeito entendimento do leitor; |
d)
uma justificativa de uma afirmação anterior; |
e)
um resumo de todo o texto. |
No auge da crise na Líbia, os jornais brasileiros grafavam o nome de seu ditador de vários modos. Essa charge aborda o problema de forma humorística, mas essas diferentes grafias provêm da dificuldade de:
a)
o nome do ditador vir de uma língua cujo alfabeto e fonética são completamente diferentes do português, que tem raízes latinas; |
b)
os jornalistas desconhecerem a realidade da Líbia e, particularmente, o nome preciso do seu governante; |
c)
os falantes de idiomas latinos reproduzirem os sons originais da língua árabe, de onde provém o nome do ditador; |
d)
a língua árabe não possuir regras ortográficas rígidas, permitindo,assim, que um nome possa ser grafado de maneiras diversas; |
e)
os jornais brasileiros copiarem as grafias dos nomes árabes de jornais estrangeiros, de idiomas diversos. |
O título da charge Intensos combates se refere:
a)
ironicamente, aos acontecimentos que motivaram os jornais brasileiros a comentar a crise na Líbia; |
b)
às divergências existentes entre a população da Líbia e o ditador Kadhaf; |
c)
com humor, às discordâncias dos jornalistas mundiais ao escreverem na língua árabe; |
d)
de forma humorística, às divergências entre os jornais brasileiros quanto à grafia correta do nome do ditador da Líbia; |
e)
aos intensos combates entre o exército de Muammar al-Gaddaf e o povo líbio. |
“O motivo por que o capitalismo tem resistido apesar de acuado por todos os lados é ele caminhar sem esforço na direção natural. Enquanto o socialismo, redistributivo, e por isso utópico, é um tampão numa panela de pressão que explode ao menor descuido (deu sopa o agricultor planta três batatas escondidas, pra si próprio), o capitalismo marcha na direção do egoísmo, do individualismo, da auto-satisfação predatória. Isto é, do instinto humano.”
(Fernandes, Millôr. Definitivo: a bíblia do caos. Porto Alegre: L&PM, 1994. p. 67)
Segundo o pensamento do humorista Millôr Fernandes, o capitalismo:
a)
é tão utópico quanto o socialismo, mas tem mais chances de triunfar, em virtude dos defeitos humanos; |
b)
tem um caráter egoísta e coincide, por essa má qualificação, com o instinto do ser humano; |
c)
passa por um momento de crise, perdendo espaço para o socialismo, em função de seu ponto de vista predominantemente egoísta; |
d)
sobrevive entre as sociedades humanas em função de ir ao encontro das qualidades morais básicas do homem; |
e)
possui caráter predatório e individualista, mas apresenta a vantagem de contrariar o instinto humano. |
Marque a opção que explica corretamente o emprego da pontuação no texto de Millôr Fernandes:
a)
as aspas foram utilizadas para indicar que o trecho foi retirado da Bíblia por Millôr Fernandes; |
b)
a palavra redistributivoestá entre vírgulas porque é um termo que o autor quis realçar; |
c)
o autor usou parênteses em (deu sopa o agricultor planta três batatas escondidas, pra si próprio) para isolar o comentário do corpo principal do texto; |
d)
as vírgulas usadas após as palavras "egoísmo' e "individualismo" servem para separar termos explicativos; |
e)
a expressão "isto é" vem separada por vírgula em função de indicar um aposto explicativo. |
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