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Informações da Prova Questões por Disciplina Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) - Vestibular - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) - 2012 - Questões Objetivas - Verão

Compreensão e Interpretação de Textos

A internet no século XXI

O lado certo

RIO DE JANEIRO – Tanto no Congresso como na mídia está em discussão uma legislação que possa punir os abusos (ou os crimes) praticados na ou pela internet. A nudez da atriz Scarlett Johansson está sendo considerada uma invasão da privacidade a que todos temos direito. E há casos mais escabrosos, como acessos a contas bancárias, pornografia infantil etc. Pergunta: uma lei resolverá o problema?

Tenho minhas dúvidas. Existem leis para tudo e para todos, elas dependem não apenas da fiscalização policial ou judicial, mas da interpretação que damos a elas. Já citei, há tempos, o caso de Gulliver, personagem da obra-prima de Jonathan Swift, e o cito de novo porque o assunto continua atual.

Náufrago, Gulliver caiu numa terra de anões belicosos, os liliputianos, que o tornaram prisioneiro e que mantinham uma guerra de 800 anos com anões de outra região. Devido a seu tamanho, foi obrigado a lutar por um dos lados, e vendo tantas barbaridades, perguntou ao rei, a quem era obrigado a servir, o motivo de luta tão feroz e selvagem.

O rei explicou que o povo dele, ao tomar o café da manhã, cortava os ovos pela parte de cima, a mais pontiaguda, e os inimigos cortavam os ovos pela parte de baixo, a mais arredondada. Gulliver ouviu, pensou, pensou outra vez e perguntou ao rei se não havia uma lei, um decreto, uma legislação que determinasse a questão, estabelecendo de uma vez para sempre a maneira de todos cortarem os ovos.

O rei ficou espantado e respondeu: "Somos civilizados. Evidente que há uma lei que regulamenta o assunto". Gulliver quis saber o que a tal lei dizia e o rei, em tom solene, majestático, informou: "O primeiro artigo de nossa Constituição diz claramente que os ovos devem ser cortados pelo lado certo".

Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 20 set. 2011

Casos recentes de violação de privacidade servem de alerta

A invasão de hackers ao sistema de jogos on-line da Sony pode ter comprometido dados pessoais de 100 milhões de usuários.

Os consumidores pouco hesitam para revelar grande volume de informações pessoais. No entanto, os esforços de proteção a esses dados não cresceram de maneira compatível. As pessoas muitas vezes usam a mesma senha para muitas contas.

Os consumidores não protegem suas identidades online, e as empresas têm forte incentivo comercial para recolher o máximo possível de informações.

O advento das redes sociais tornou essa tendência ainda mais preocupante. As companhias querem encorajar usuários a compartilhar informações, e por isso o esquema de proteção de dados não é muito propício em termos de privacidade. Isso cria vulnerabilidades.

As companhias têm interesse em tratar com seriedade a segurança. Os efeitos de uma violação de privacidade sobre a reputação de uma companhia podem ser severos, como a Sony descobriu.

Mas também existe interesse público em jogo, dada a extensão da troca de informações e das transações conduzidas nas redes sociais.

É preciso que existam regras mais claras quanto à propriedade dessas informações. O mais importante é que precisa ser mais fácil para os usuários remover essas informações da internet.

Não há nada de errado em que usuários troquem informações pessoais por serviços, mas eles precisam saber que é isso que estão fazendo e compreender as consequências caso algo de errado aconteça.

Do "Financial Times". Folha de S.Paulo, 04 mai. 2011

1 -

Nesses textos, há referência aos rumos que o uso da internet tomou neste século. O que há em comum nos dois textos é a menção explícita

a)

à viagem de Gulliver.

b)

à invasão de hackers ao sistema de jogos on-line.

c)

à privacidade invadida.

d)

aos casos de pornografia infantil.

e)

à nudez da atriz divulgada na rede.

2 -

Cony recupera um episódio do romance de Jonathan Swift, no qual Gulliver vai parar “numa terra de anões belicosos”. O adjetivo destacado significa que esses anões

a)

têm inclinação para a guerra.

b)

advogam o belicismo.

c)

são os habitantes de Lilipute.

d)

não são adeptos de barbaridades.

e)

aplicam beliscões em seus oponentes.

3 -

No entanto, os esforços de proteção a esses dados não cresceram de maneira compatível”. Nesse segundo parágrafo do texto traduzido do "Financial Times", o elemento grifado estabelece ideia de

a)

conclusão.

b)

asserção.

c)

causa.

d)

oposição.

e)

dúvida.

4 -

Cony considera a passagem de Gulliver com o rei dos anões um assunto atual, porque

a)

como metáfora, serve para qualquer tipo de conflito e para qualquer vontade, em qualquer tempo ou lugar, dependendo da conveniência de quem interpreta.

b)

essa comparação entre os lados dos ovos serve para evidenciar todo tipo de guerra, não importa de que época ou lugar, dependendo da conveniência de quem compara.

c)

a história vale para todos que se alimentam de ovos, independentemente do tempo e do lugar.

d)

como não há sentido figurado, a legislação que determina a maneira correta de todos cortarem os ovos ultrapassa tempo e espaço.

e)

os liliputianos e seu rei representam, ao longo dos tempos, cada um dos lados do ovo.

5 -

Os pronomes demonstrativos evidenciados na matéria do "Financial Times" referem-se, respectivamente,

a)

ao fato de as companhias encorajarem usuários a compartilhar informações; e ao esquema de proteção de dados não ser muito propício em termos de privacidade.

b)

às vulnerabilidades propiciadas pelas informações compartilhadas; e às consequências caso aconteça algo de errado.

c)

às regras mais claras quanto à propriedade das informações; e à inexistência de problema em relação à troca de informações pessoais por serviços.

d)

à proteção de dados compartilhados não ser propícia para preservar privacidade; e ao fato de não haver problema em trocar informações pessoais por serviços.

e)

à proteção de dados compartilhados não servir para preservação da intimidade; e às consequências para o caso de algo de errado acontecer.

Literatura
6 -

Os dois capítulos iniciais do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, merecem considerações especiais, porque

a)

aparecem apenas para homenagear o poeta que se envolve em incidente, com o narrador, durante a viagem de trem.

b)

prestam-se para justificar o estranhamento do título e a finalidade de elaboração da obra.

c)

são desnecessários, visto que a simples leitura do livro é auto-explicativa.

d)

não cumprem nenhuma função, pois não há relação entre eles e o resto da obra.

e)

servem para justificar o comportamento anti-social, agressivo e ciumento do narrador.

7 -

O romance O Cortiço, de Aluisio de Azevedo, é uma obra naturalista e foi publicado em 1890.

Considerando-o como um todo, indique a alternativa abaixo que NÃO condiz com o conteúdo do romance.

(Questão anulada)
a)

O grupo de personagens femininas assume um papel de destaque na narrativa, tanto como expectadoras, quanto como agentes dos acontecimentos. Assim, o romance apresenta personagens representativas de seu meio e de sua época, como Rita Baiana, mulata volúvel e indolente, e Leonie, prostituta francesa e protetora de Pombinha.

b)

O personagem João Romão se desdobra para enriquecer e o dinheiro é a mola propulsora que o move unicamente para a cumulação, ainda que para isso seja necessário praticar atos ilícitos e sofrer as maiores agruras.

c)

Miranda, negociante português, compra o sobrado, à direita de João Romão, e muda-se para lá, alegando como causa verdadeira da mudança que Dona Estela, senhora pretensiosa e com fumaças de nobreza, não suportava mais morar no centro e que a filha Zulmira também precisava de largueza para crescer sadia.

d)

Bertoleza e Estela revelam-se como instrumentos de crescimento e prosperidade de João Romão e de Miranda respectivamente, mas marcam-se por atitudes diferentes e mesmo antitéticas, pois enquanto uma se submete a ser caixeira, criada e amante, entregando tudo o que tem, a outra, levada da breca, adúltera e infiel, controla o marido e o mantém dependente de seus dotes e riquezas.

e)

Pombinha, que vive a experiência de passar de menina a mulher, considerada a “flor de ouro do cortiço”, é a grande conhecedora de sua gente que a ela entrega sua intimidade, pedindo-lhe que escreva cartas e confira suas contas.

8 -

O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia apegar fogo. Vinham em bandos, arranchavam-se nas árvores da abeira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o Sul. O casal agoniado sonhava desgraças. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado (...) Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes. (...)

O trecho acima é de Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos. Dele é correto afirmar que

a)

emprega linguagem figurada e explora a gradação como recurso estilístico para anunciar a passagem de aves a caminho do Sul.

b)

utiliza apenas linguagem referencial, uma vez que o objetivo é informar sobre a nova seca que se anuncia.

c)

emprega linguagem com função apelativa com o objetivo de configurar, com imagens visuais, em dimensão plástica, o quadro da penúria da seca.

d)

despreza o uso de recursos estilísticos e marca-se por fatalismo exagerado, impedindo a manifestação poética da linguagem.

e)

vale-se de linguagem marcadamente emotiva, capaz de revelar o estado de angústia do casal agoniado que sonhava desgraças.

9 -
	        Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
		Eu quero-a agora, sem mais demora
		A minha amada mulher que passa!
		
		No santo nome do teu martírio
		Do teu martírio que nunca cessa
		Meu Deus, eu quero, quero depressa
		A minha amada mulher que passa!

		Que fica e passa, que pacifica
		Que é tanto pura como devassa
		Que bóia leve como cortiça
		E tem raízes como a fumaça.
		

O poema acima é de Vinicius de Moraes e integra o poema A Mulher que passa. Indique, nas alternativas abaixo, aquela cujo conteúdo NÃO se presta a caracterizar o poema.

a)

Apresenta rigoroso esquema métrico de versos com nove sílabas.

b)

Utiliza-se de antítese para qualificar a figura feminina.

c)

Funde, no anseio amoroso, elementos do sagrado e do profano.

d)

Utiliza-se de recursos de linguagem que valorizam o texto em seu aspecto sonoro e semântico.

e)

Despreza elementos de comparação e jogos de palavras, capazes de configurar a dimensão estéticopoética do texto.

10 -

O diretor do Reformatório Baiano para Menores Abandonados e Delinquentes é um velho amigo do “Jornal da Tarde”. Certa vez uma reportagem nossa desfez um círculo de calúnias jogadas contra aquele estabelecimento de educação e seu diretor. Hoje, ele se achava na polícia esperando poder levar consigo o menor Pedro Bala. A uma pergunta nossa respondeu:

— Ele se regenerará. Veja o título da casa que dirijo: “Reformatório”. Ele se reformará.

E a outra pergunta nossa, sorriu:

— Fugir? Não é fácil fugir do Reformatório. Posso lhe garantir que não o fará.

O trecho acima é do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado. De acordo com o texto, indique a alternativa verdadeira.

a)

A regeneração se dá porque, segundo o Juiz de menores, em carta à Redação do Jornal, o reformatório é um ambiente onde se respiram paz e trabalho e onde as crianças são tratadas com o maior carinho.

b)

A referência à fuga é desnecessária, visto que ninguém consegue de lá escapar, nem mesmo Pedro Bala.

c)

A matéria jornalística é isenta na defesa do Diretor do Reformatório, que, aliás, é um velho amigo do Jornal da Tarde.

d)

A afirmação do Diretor sobre a regeneração é irônica e subentende o tratamento que é dispensado aos menores que para lá são conduzidos.

e)

A reforma aludida é possível porque conta com a ação apostólica do Padre José Pedro junto ao Reformatório e cuja ação é respeitada pelo Diretor.

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