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Informações da Prova Questões por Disciplina Casa da Moeda do Brasil - Analista da CMB - Economia e Finanças - CESGRANRIO - 2012 - Prova Objetiva

Coesão e Coerência

Incoerente eu? Uma reflexão sobre coerência e coesão textuais

                                  Você já escreveu ou falou alguma coisa que foi
               considerada incoerente por outra pessoa? Não? Então,
               vamos reformular a pergunta: você já escreveu
               ou falou alguma coisa que foi entendida de maneira
5             diferente da que você gostaria que entendessem?
                                 E aí? Mudou de opinião?
                                 Pois é, que atire o primeiro dicionário quem nunca
               foi interpretado de maneira diferente daquilo que
               quis veicular. Seja por causa da falta de informação
10         ou do seu excesso; seja pelo fato de a mensagem
               não possuir elementos contextualizadores suficientes,
               como título, autoria, assinatura (no caso do escrito)
               ou gestos, olhares, entoação (no caso do falado);
               ou, ainda, seja porque o conhecimento do conteúdo
15         veiculado não era partilhado suficientemente com o
               interlocutor (leitor ou ouvinte). Todas essas razões
               nos fazem pensar que, quando chamamos um texto
               de incoerente, estamos nos referindo à não ativação
               de elementos necessários para que tanto o falante/
20          escritor como o ouvinte/leitor atribuam sentido.
               A escola nos ajudou a pensar assim?
                                 Vários pedagogos e estudiosos da educação
               têm relatado que o ensino de Língua portuguesa,
               por muito tempo, se posicionou sobre o assunto de
25          modo bastante negligente, não abordando os motivos
               empíricos que fazem com que os textos possam ser
               considerados incoerentes. Quem não se recorda de
               algum professor que tenha devolvido ao aluno seu
               texto escrito com uma cruz enorme em vermelho
30          acompanhada da frase “Seu texto está incoerente”?
               Muitas vezes, nessas situações, o aluno recebe a
               correção, mas não chegam a ele as orientações para
               entender o que pode melhorar no texto e o que faz
               dele incoerente. [...]
35                           A coerência de um texto depende majoritariamente
               da troca de informações entre os interlocutores,
               muito mais do que a construção sintática que
               possui, assim como a atribuição de coerência está
               ligada diretamente aos nossos conhecimentos sobre
40          o assunto. No entanto, o puro conhecimento sociocognitivo
               não é suficiente se não apreendemos os
               aspectos estritamente linguísticos. Caso o leitor não
               compreenda o código ali colocado, a coerência não
45          se constituirá. Isso pode ocorrer quando há alguma
               expressão no texto de uma língua diferente daquela
               usada pelo leitor, como o latim (ad hoc), o francês
               (déjà vu), ou o inglês (mainstream). Ou, ainda,
               quando o registro é extremamente específico de uma
50          área, como os famosos jargões técnicos: vocabulários
               jurídico, médico etc.
                                 Além do conhecimento das palavras, a relação
               sintática também é de suma importância.
               O estabelecimento da mútua compreensão sobre a
55          sintaxe entre os interlocutores é chamado de coesão
               textual. Ela não só está comprometida com a estrutura
               do texto, isto é, a ligação entre os termos e as
               frases, como também com a semântica, ou seja, o
               sentido que advém dessa estrutura e que é atribuído
60          pelos interlocutores.

MELO, Iran Ferreira de. Incoerente, eu? Uma reflexão sobre coerência e coesão textuais. Revista Conhecimento Prático: Língua portuguesa. São Paulo: Escala, n. 16, jan. 2009. p. 8-11. Adaptado.

1 -

De acordo com o texto, para que a coerência textual se estabeleça, é necessário, sobretudo, o(a)

a)

conhecimento individual

b)

diálogo entre os interlocutores

c)

aspecto linguístico

d)

fator intuitivo

e)

construção sintática

Língua Portuguesa

Incoerente eu? Uma reflexão sobre coerência e coesão textuais

                                  Você já escreveu ou falou alguma coisa que foi
               considerada incoerente por outra pessoa? Não? Então,
               vamos reformular a pergunta: você já escreveu
               ou falou alguma coisa que foi entendida de maneira
5             diferente da que você gostaria que entendessem?
                                 E aí? Mudou de opinião?
                                 Pois é, que atire o primeiro dicionário quem nunca
               foi interpretado de maneira diferente daquilo que
               quis veicular. Seja por causa da falta de informação
10         ou do seu excesso; seja pelo fato de a mensagem
               não possuir elementos contextualizadores suficientes,
               como título, autoria, assinatura (no caso do escrito)
               ou gestos, olhares, entoação (no caso do falado);
               ou, ainda, seja porque o conhecimento do conteúdo
15         veiculado não era partilhado suficientemente com o
               interlocutor (leitor ou ouvinte). Todas essas razões
               nos fazem pensar que, quando chamamos um texto
               de incoerente, estamos nos referindo à não ativação
               de elementos necessários para que tanto o falante/
20          escritor como o ouvinte/leitor atribuam sentido.
               A escola nos ajudou a pensar assim?
                                 Vários pedagogos e estudiosos da educação
               têm relatado que o ensino de Língua portuguesa,
               por muito tempo, se posicionou sobre o assunto de
25          modo bastante negligente, não abordando os motivos
               empíricos que fazem com que os textos possam ser
               considerados incoerentes. Quem não se recorda de
               algum professor que tenha devolvido ao aluno seu
               texto escrito com uma cruz enorme em vermelho
30          acompanhada da frase “Seu texto está incoerente”?
               Muitas vezes, nessas situações, o aluno recebe a
               correção, mas não chegam a ele as orientações para
               entender o que pode melhorar no texto e o que faz
               dele incoerente. [...]
35                           A coerência de um texto depende majoritariamente
               da troca de informações entre os interlocutores,
               muito mais do que a construção sintática que
               possui, assim como a atribuição de coerência está
               ligada diretamente aos nossos conhecimentos sobre
40          o assunto. No entanto, o puro conhecimento sociocognitivo
               não é suficiente se não apreendemos os
               aspectos estritamente linguísticos. Caso o leitor não
               compreenda o código ali colocado, a coerência não
45          se constituirá. Isso pode ocorrer quando há alguma
               expressão no texto de uma língua diferente daquela
               usada pelo leitor, como o latim (ad hoc), o francês
               (déjà vu), ou o inglês (mainstream). Ou, ainda,
               quando o registro é extremamente específico de uma
50          área, como os famosos jargões técnicos: vocabulários
               jurídico, médico etc.
                                 Além do conhecimento das palavras, a relação
               sintática também é de suma importância.
               O estabelecimento da mútua compreensão sobre a
55          sintaxe entre os interlocutores é chamado de coesão
               textual. Ela não só está comprometida com a estrutura
               do texto, isto é, a ligação entre os termos e as
               frases, como também com a semântica, ou seja, o
               sentido que advém dessa estrutura e que é atribuído
60          pelos interlocutores.

MELO, Iran Ferreira de. Incoerente, eu? Uma reflexão sobre coerência e coesão textuais. Revista Conhecimento Prático: Língua portuguesa. São Paulo: Escala, n. 16, jan. 2009. p. 8-11. Adaptado.

2 -

As perguntas dirigidas ao leitor no primeiro parágrafo do texto cumprem a função semântica de

a)

provocar a reflexão sobre o tema

b)

apresentar explicitamente a opinião do autor

c)

expressar um pensamento distorcido

d)

distinguir coerência de incoerência

e)

desconsiderar uma tese

3 -

No terceiro parágrafo do texto, por meio da metáfora "que atire o primeiro dicionário quem nunca foi interpretado de maneira diferente daquilo que quis veicular" (l. 7-9), o autor mostra que problemas relativos à coerência são comuns nas atividades comunicativas.

Para fundamentar sua tese, ele apresenta três razões, que são, respectivamente,

a)

informações obscuras; excesso de elementos contextualizadores; conhecimento prévio

b)

falta ou excesso de informações; desconhecimento da mensagem; conhecimento individual

c)

quantidade desequilibrada de informações; falta de dados do contexto; conhecimento não compartilhado

d)

não compartilhamento de informações; mensagem sem contexto; conhecimento excessivo

e)

pouca clareza das informações; contexto esvaziado; conhecimentos desnecessários

4 -

No final do terceiro parágrafo do texto, o autor questiona se a escola ajuda os alunos a entenderem a coerência textual do modo como ele a apresenta.

Qual das palavras abaixo, extraídas do quarto parágrafo, adjetiva a postura que, segundo a visão do autor, a escola assumiu por vários anos na abordagem do assunto?

a)

Bastante

b)

Empíricos

c)

Incoerentes

d)

Negligente

e)

Enorme

Crase
5 -

Observa-se o uso adequado do acento grave no trecho "estamos nos referindo à não ativação de elementos" (l. 18-19).

Verifica-se um DESRESPEITO à norma-padrão quanto ao emprego desse acento em:

a)

O professor se reportou àquele texto de Machado de Assis.

b)

Sonhamos em viajar à terra de Gonçalves Dias.

c)

Ele sempre fazia alusão à palavras de seu poeta favorito.

d)

Os alunos compreenderam o poema à custa de muito empenho.

e)

Prefiro as poesias de Drummond às de Olavo Bilac.

Língua Portuguesa
6 -

No trecho "mas não chegam a ele as orientações" (l. 32), observa-se o respeito à norma-padrão no que se refere à regência verbal.

Em qual das frases abaixo também se verifica tal respeito?

a)

Informei os alunos da ausência do professor.

b)

Visamos, sempre, o sucesso de nossos alunos.

c)

O texto não obedecia as regras gramaticais.

d)

Sempre vamos naquela biblioteca.

e)

Ontem, assistimos uma aula longa.

7 -

O período: "Ela não só está comprometida com a estrutura do texto, isto é, a ligação entre os termos e as frases, como também com a semântica" (l. 55-57) pode ser reescrito, omitindo a expressão isto é e alterando a pontuação, sem mudar o sentido, da seguinte maneira:

a)

Ela não só está comprometida com a estrutura do texto, a ligação entre os termos e as frases; como também com a semântica.

b)

Ela não só está comprometida com a estrutura do texto. A ligação entre os termos e as frases, como também com a semântica.

c)

Ela não só está comprometida com a estrutura do texto; a ligação entre os termos e as frases, como também com a semântica.

d)

Ela não só está comprometida com a estrutura do texto – a ligação entre os termos e as frases –, como também com a semântica.

e)

Ela não só está comprometida com a estrutura do texto. A ligação entre os termos e as frases. Como também com a semântica.

Coesão e Coerência
8 -

O elemento coesivo Isso (l. 44) tem como referente a ideia de que

a)

a coerência independe da compreensão de certos aspectos linguísticos.

b)

o conhecimento sobre o assunto é fundamental à construção da coerência.

c)

o puro conhecimento sociocognitivo constitui os sentidos do texto.

d)

os sentidos de um texto são construídos por um processo de troca.

e)

os sentidos não se constroem caso não se compreenda o código linguístico.

Língua Portuguesa
9 -

A palavra Ou (l. 47) estabelece, entre o período que ela introduz e o período que a antecede, a relação semântica de

a)

explicação

b)

exclusão

c)

inclusão

d)

condição

e)

oposição

Concordância Nominal e Verbal
10 -

No que se refere ao fenômeno da concordância nominal, no subtítulo do texto, o termo textuais também admite a forma singular.

O período em que, conforme a norma-padrão, o termo destacado pode assumir tanto a forma singular quanto a plural é:

a)

Bastantes poemas foram lidos na aula.

b)

Custam caro os jornais de domingo.

c)

Vendem-se quadros e esculturas usados.

d)

Compramos livro e jornal velhos.

e)

Na estante, dicionário e livros jogados.

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