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Informações da Prova Questões por Disciplina TRT - 6.ª Região - Analista Judiciário - Apoio Técnico-Especializado - Serviço Social - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2012 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Economia religiosa

Atenção: A(s) questão(ões) seguinte(s) refere(m)-se ao texto seguinte.

Economia religiosa

Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a rezar o pai-nosso em sua aula.

É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.

A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta.

Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de religião, quando faltam os de matemática, português etc. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.

Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acertadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas oficiais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio.

(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

1 -

No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se

a)

esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse ensino.

b)

intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.

c)

pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica.

d)

intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria.

e)

prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.

2 -

Atente para estas afirmações:

I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.

II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim.

III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na escola pública.

Em relação ao texto, está CORRETO o que se afirma em

a)

I, II e III.

b)

I e II, apenas.

c)

II e III, apenas.

d)

I e III, apenas.

e)

III, apenas.

3 -

Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que

a)

o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como contratar.

b)

a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa.

c)

as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo.

d)

o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as ciências exatas.

e)

os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso.

Compreensão e Interpretação de Textos
4 -

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em:

a)

A declaração do prelado vem como crítica (1.º parágrafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura

b)

Admitamos, para efeitos de argumentação (2.º parágrafo) = Consignemos, a fim de especulação

c)

sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (2.º parágrafo) = venham prematuramente a expor-se no ensino clerical

d)

onipresentes em rádios (3.º parágrafo) = discriminadas por emissoras de rádio

e)

não poderia representar ônus (5.º parágrafo) = implicaria que se acarretasse prejuízo

Interpretação de Textos
5 -

Está CLARA e CORRETA a redação deste livre comentário sobre o texto: O articulista da Folha de S. Paulo

a)

propugna de que tanto o liberalismo quanto o ateísmo podem convergir, para propiciar a questão do ensino público da religião.

b)

defende a tese de que não cabe ao Estado, inclusive por razões econômicas, promover o ensino religioso nas escolas públicas.

c)

propõe que se estenda à bancada religiosa a decisão de aceitar ou rejeitar, segundo seus interesses, o ensino privado da religião.

d)

argumenta que no caso do ensino religioso, acatado pelos liberais, não se trata de ser a favor ou contra, mas arguir a real competência.

e)

insinua que o ensino público da religião já se faz a contento, por que as emissoras de comunicação intentam-no em grande escala.

Concordância Nominal e Verbal
6 -

A concordância verbal está plenamente observada na frase:

a)

Provocam muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas públicas.

b)

Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, para se reservar essa prática a setores da iniciativa privada.

c)

Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida.

d)

O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do que ocorrem com o número de escolas públicas.

e)

Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam para as inconveniências que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas.

Compreensão e Interpretação de Textos
7 -

O Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta.

A nova redação da frase acima estará CORRETA caso se substitua o elemento sublinhado por

a)

a que o setor privado já vem colaborando.

b)

com as quais o setor privado já vem cuidando.

c)

nas quais o setor privado já vem interferindo.

d)

em cujas o setor privado já vem demonstrando interesse.

e)

pelas quais o setor privado já vem administrando.

8 -

(...) ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo.

Mantém-se, CORRETAMENTE, o sentido da frase acima substituindo-se o segmento sublinhado por:

a)

nem impor a alguém que reze, nem impedi-la de fazer o mesmo.

b)

deixar de obrigar uma pessoa a rezar, ou lhe proibir de o fazer.

c)

seja obrigar que uma pessoa reze, ou mesmo que o deixe de o praticar.

d)

coagir alguém a que reze, ou impedi-lo de o fazer.

e)

forçar uma pessoa para que reze, ou não fazê-la de modo algum.

Pontuação
9 -

A pontuação está plenamente adequada no período:

a)

Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas; há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

b)

Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço, que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

c)

Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso, deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas, há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação: que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

d)

Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro, ou fora, das escolas públicas; há quem não admita interferência, do Estado, nas questões de fé; como há quem lembre a obrigação, que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

e)

Muito se debate, nos dias de hoje acerca do espaço que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação, que ele tem de orientar as crianças, em idade escolar.

Vozes do Verbo
10 -

Transpondo-se para a voz passiva a frase Sempre haverá quem rejeite a interferência do Estado nas questões religiosas, mantendo-se a CORRETA correlação entre tempos e modos verbais, ela ficará:

a)

Terá havido sempre quem tem rejeitado que o Estado interferisse nas questões religiosas.

b)

A interferência do Estado nas questões religiosas sempre haverá de ser rejeitada por alguém.

c)

Sempre haverá de ter quem rejeite que o Estado interferisse nas questões religiosas.

d)

A interferência do Estado nas questões religiosas sempre tem encontrado quem a rejeita.

e)

As questões religiosas sempre haverão de rejeitar que o Estado venha a interferir nelas.

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