Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A
resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filósofica ocidental, segundoa a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
a)
consagração de relacionamentos afetivos. |
b)
administração da independência interior. |
c)
fugacidade do conhecimento empírico. |
d)
liberdade de expressão religiosa. |
e)
busca de prazeres efêmeros. |
Este solilóquio pode ser considerado um precursor do existencialismo ao enfatizar a tensão entre
a)
consciência de si e angústia humana. |
b)
inevitabilidade do destino e incerteza moral. |
c)
tragicidade da personagem e ordem do mundo. |
d)
racionalidade argumentativa e loucura iminente. |
e)
dependência paterna e impossibilidade de ação. |
Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de
resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos
filósofios, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato,
pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.
DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da
a)
investigação de natureza empírica. |
b)
retomada da tradição intelectual. |
c)
imposição de valores ortodoxos. |
d)
autonomia do sujeito pensante. |
e)
liberdade do agente moral. |
TEXTO I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado).
TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será; pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
a)
investigações do pensamento sistemático. |
b)
preocupações do período mitológico. |
c)
discussões de base ontológica. |
d)
habilidades da retórica sofística. |
e)
verdades do mundo sensível. |
A promessa da tecnologia moderna se converteu em uma ameaça, ou esta se associou àquela de forma indissolúvel. Ela vai além da constatação da ameaça
física. Concebida para a felicidade humana, a submissão da natureza, na sobremedida de seu sucesso, que agora se estende à própria natureza do homem,
conduziu
ao maior desafio já posto ao ser humano pela sua própria ação. O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui,
para a teoria ética, uma terra de ninguém.
JONAS, H. O princípio da responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2011 (adaptado).
As implicações éticas da articulação apresentada no texto impulsionam a necessidade de construção de um novo padrão de comportamento, cujo objetivo consiste
em garantir o(a)
a)
pragmatismo da escolha individual. |
b)
sobrevivência de gerações futuras. |
c)
fortalecimento de políticas liberais. |
d)
valorização de múltiplas etnias. |
e)
promoção da inclusão social. |
Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso
justo ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais
isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo,
carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos.
LAÉRCIO, D. Vidas e sentenças dos filósoficos ilustre. Brasília: Editora UnB, 1988.
O ceticismo, conforme sugerido no texto, caracteriza-se por:
a)
Desprezar quaisquer convenções e obrigações da sociedade. |
b)
Atingir o verdadeiro prazer como o princípio e o fim da vida feliz. |
c)
Defender a indiferença e a impossibilidade de obter alguma certeza. |
d)
Aceitar o determinismo e ocupar-se com a esperança transcendente. |
e)
Agir de forma virtuosa e sábia a fim de enaltecer o homem bom e belo. |
Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é
oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de
todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se.
Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro, 1977.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que
a)
reforça a liberdade do cidadão. |
b)
desvela os valores do cotidiano. |
c)
exorta as relações de produção. |
d)
destaca a decadência da cultura. |
e)
amplifica o sentimento de ansiedade. |
Batizado por Tancredo Neves de "Nova República", o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu
quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da
inflação e das ameaças da hiperrinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos.
O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov. 1989.
O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas continuidades consistiu na
a)
representação do legislativo com a fórmula do bipartidarismo. |
b)
detenção de lideranças populares por crimes de subversão. |
c)
presença de políticos com trajetórias no regime autoritário. |
d)
prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais. |
e)
estabilidade da economia com o congelamento anual de preços. |
Os moradores de Andalsnes, na Noruega, poderiam se dar ao luxo de morar perto do trabalho nos dias úteis e
de se refugiar ao luxo de morar perto do trabalho nos dias úteis e de se refugiar na calmaria do bosque aos fins de semana.
E sem sair da mesma casa. Bastaria achar uma vaga para estacionar o imóvel antes de curtir o novo endereço.
Disponível em: http://casavogue.globo.com. Acesso em: 3 out. 2015 (adaptado).
Uma vez implementada, essa proposta afetaria a dinâmica do espaço urbano por reduzir a intensidade do seguinte processo:
a)
Êxodo rural. |
b)
Movimento pendular. |
c)
Migração de retorno. |
d)
Deslocamento sazonal. |
e)
Ocupação de áreas centrais. |
TEXTO I
Documentos do século XVI algumas vezes se referem aos habitantes indígenas como "os brasis", ou "gente brasília" e, ocasionalmente no século XVII, o termo
"brasileiro" era a eles aplicado, mas as referências ao status econômico e jurídico desses eram muito mais populares. Assim, os termos "negro da terra" e
"índios" eram utilizados com mais frequência do que qualquer outro.
SCHWARTZ, S. B. Gente da terra braziliense da nação. Pensando o Brasil: a construção de um povo. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência
brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 2000 (adaptado).
TEXTO II
Índio é um conceito construído no processo de conquista da América pelos europeus. Desinteressados pela diversidade cultural, imbuídos de forte
preconceito para com o outro, o indivíduo de outras culturas, espanhóis, portugueses, franceses e anglo-saxões terminaram por denominar da mesma forma povos
tão díspares quanto os tupinambás e os astecas.
SILVA, K. V.; SILVA, M. H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
Ao comparar os textos, as formas de designação dos grupos nativos pelos europeus, durante o período analisado, são reveladoras da
a)
concepção idealizada do território, entendido como geograficamente indiferenciado. |
b)
percepção corrente de uma ancestralidade comum às populações ameríndias. |
c)
compreensão etnocêntrica acerca das populações dos territórios conquistados. |
d)
transposição direta das categorias originadas no imaginário medieval. |
e)
visão utópica configurada a artir de fantasias de riqueza. |
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