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Informações da Prova Questões por Disciplina PM-AC (Polícia Militar do Acre) - Soldado da Policia Militar - IBADE (Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo) - 2017

Língua Portuguesa

Texto I

Selfies

Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso

indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já

seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias,

e com isso somos invadidos no Facebook com

imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de

cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo,

brownie e feijoada. Se depender do que vejo com

meus filhos - dez e 12 anos -, o tempo dos ?selfies"

está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam

a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmos

em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de

preconceito para com os colegas.

?'Fulaninha? Tira foto na frente do espelho."

Hábito que pode ser compreensível, contudo.

Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma

física, registrando seus progressos semanais. Ou

apenas entregue, no início da adolescência, à

descoberta de si mesmo.

A bobeira se revela em outras situações: é o

caso de quem tira um ?selfie" tendo ao fundo a torre

Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou

Cauã Reymond.

Seria apenas o registro de algo importante

que nos acontece - e tudo bem. O problema fica mais

complicado se pensarmos no caso das fotos de

comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma

espécie de degradação da experiência.

Ou seja, é como se aquilo que vivemos de

fato - uma estada em Paris, o jantar num restaurante

- não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.

Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na

viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar

fugindo das minhas próprias sensações. [...]

Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo

não precisa viajar para lugar nenhum. A complicação

não surge do sujeito, surge do objeto. O que me

incomoda é a torre Eiffel: o que fazer com ela? O que

fazer de minha relação com a torre Eiffel?

Poderia unir-me a paisagem, sentir como

respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e

nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro

rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir

entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem

clero e sem paredes.

Perco tempo no centro imóvel desse

mecanismo, que é como o ponteiro único de um

relógio que tem seu mostrador na circunferência do

horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem,

há ruídos e crianças.

Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto

de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no

visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo

uma careta idiota: dou de costas para o monumento,

mas estou na verdade dando as costas para a vida.

[...]

T a lv e z as c o is a s não se ja m tão

desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos,

depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe

climática que destruam o mundo civilizado, um

pesquisador recupere os ?selfies" e as fotos de batata

frita.

?Como as pessoas eram felizes naquela

época!" A alternativa seria dizer: ?Como eram tontas!

Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador.

C O E L H O , Ma r c e l o . D i s p o n í v e l em:

http://www1 .foi ha. uol.co m.b r/fsp/ilu str ad a / 162525-

selfies.shtml>. Acesso em 19 mar. 2017

1 -

Na leitura do texto, percebe-se uma crítica ao(à):

a) banalização do uso da câmera do aparelho celular.
b) inconsequência dos jovens quanto ao uso do celular.
c) comunicação nas redes sociais pelo celular.
d) preconceito contra quem tira fotos de si mesmo.
e) imaturidade dos usuários da comunicação por celular.

Texto II

Selfies

Muita gente se irrita, e tem razão, com o uso

indiscriminado dos celulares. Fossem só para falar, já

seria ruim. Mas servem também para tirar fotografias,

e com isso somos invadidos no Facebook com

imagens de gatos subindo na cortina, focinhos de

cachorro farejando a câmera, pratos de torresmo,

brownie e feijoada. Se depender do que vejo com

meus filhos - dez e 12 anos -, o tempo dos "selfies"

está de todo modo chegando ao fim. Eles já começam

a achar ridícula a mania de tirar retratos de si mesmos

em qualquer ocasião. Torna-se até um motivo de

preconceito para com os colegas.

"'Fulaninha? Tira foto na frente do espelho."

Hábito que pode ser compreensível, contudo.

Imagino alguém dedicado a melhorar sua forma

física, registrando seus progressos semanais. Ou

apenas entregue, no início da adolescência, à

descoberta de si mesmo.

A bobeira se revela em outras situações: é o

caso de quem tira um "selfie" tendo ao fundo a torre

Eiffel, ou (pior) ao lado de, sei lá, Tony Ramos ou

Cauã Reymond.

Seria apenas o registro de algo importante

que nos acontece - e tudo bem. O problema fica mais

complicado se pensarmos no caso das fotos de

comida. Em primeiro lugar, vejo em tudo isso uma

espécie de degradação da experiência.

Ou seja, é como se aquilo que vivemos de

fato - uma estada em Paris, o jantar num restaurante

- não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.

Se me entrego a tirar fotos de mim mesmo na

viagem, em vez de simplesmente viajar, posso estar

fugindo das minhas próprias sensações. [...]

Pode ser narcisismo, é claro. Mas o narcisismo

não precisa viajar para lugar nenhum. A complicação

não surge do sujeito, surge do objeto. O que me

incomoda é a torre Eiffel: o que fazer com ela? O que

fazer de minha relação com a torre Eiffel?

Poderia unir-me a paisagem, sentir como

respiro diante daquela triunfal elevação de ferro e

nuvem, deixar que meu olhar atravesse o seu duro

rendilhado que fosforesce ao sol, fazer-me diminuir

entre as quatro vigas curvas daquela catedral sem

clero e sem paredes.

Perco tempo no centro imóvel desse

mecanismo, que é como o ponteiro único de um

relógio que tem seu mostrador na circunferência do

horizonte. Grupos de turistas se fazem e desfazem,

há ruídos e crianças.

Pego, entretanto, o meu celular: tiro uma foto

de mim mesmo na torre Eiffel. O mundo se fechou no

visor do aparelho. Não por acaso eu brinco, fazendo

uma careta idiota: dou de costas para o monumento,

mas estou na verdade dando as costas para a vida.

[...]

T a lv e z as c o is a s não se ja m tão

desesperadoras. Imagine-se que daqui a cem anos,

depois de uma guerra atômica e de uma catástrofe

climática que destruam o mundo civilizado, um

pesquisador recupere os "selfies" e as fotos de batata

frita.

"Como as pessoas eram felizes naquela

época!" A alternativa seria dizer: "Como eram tontas!

Dependerá, por certo, dos humores do pesquisador.

C O E L H O , Ma r c e l o . D i s p o n í v e l em:

http://www1 .foi ha. uol.co m.b r/fsp/ilu str ad a / 162525-

selfies.shtml>. Acesso em 19 mar. 2017

2 -

Um dos processos utilizados para se evitar a repetição de palavras é o emprego de outras que tenham o mesmo significado. Assinale a opção em que os termos se correspondem no texto.

a) meus filhos - si mesmos - adolescência
b) celulares-fotografias-facebook
c) progressos semanais - forma física - descoberta de si mesmo
d) adolescência - bobeira-foto de mim mesmo
e) torre Eiffel - triunfal elevação de ferro - catedral sem clero e sem paredes
3 -

A opção que pode substituir a conjunção destacada em: “Pego, ENTRETANTO, o meu celular: tiro uma foto de mim mesmo na torre Eiffel.”, sem alteração de sentido, é:

a) logo.
b) portanto.
c) no entanto.
d) por isso.
e) por conseguinte.
4 -

Há substantivos que mudam de sentido quando mudam de número. Em :"... dando as COSTAS para a vida.”, COSTAS significa dorso; no singular, significa litoral. Assinale a opção em que o substantivo destacado também assume outro sentido se empregado no singular.

a) Todo adolescente acredita em HERÓIS.
b) Este ano ainda não tirei FÉRIAS.
c) Essas RAÍZES fazem bem à saúde.
d) Nofilme, eles representam os VILÕES.
e) N aquele período, os C R ISTÃO S eram perseguidos.
5 -

A função sintática que o termo destacado exerce em: “Eles já começam a achar RIDÍCULA a mania de tirar retratos de si mesmos”, é:

a) adjunto adverbial.
b) predicativo.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.
e) objeto direto.
6 -

De acordo com a norma culta, em apenas uma das

frases a seguir o verbo foi corretamente empregado

com a preposição A, como em: “de todo modo

chegando ao fim.". Aponte-a.

a)

Eles assistiram Ao espetáculo do começo ao fim.

b)

No fim da rua, depararam-se A um monumento imenso.

c)

Já na fazenda, eles aspiravam Ao ar puro do campo.

d)

O prestígio do seu nome consistia A seu trabalho honesto.

e)

Eles se entretinham Afalar no celular.

7 -

A figura de linguagem, no trecho destacado em: “entre as quatro vigas curvas daquela CATEDRAL SEM CLERO E SEM PAREDES”, é:

a) catacrese.
b) antítese.
c) m etáfora.
d) polissíndeto.
e) anáfora.
8 -

A oração reduzida destacada em: “Não por acaso eu brinco, FAZENDO UMA CARETA IDIOTA: dou de costas para o monumento” pode ser desenvolvida, sem prejuízo de sentido, por:

a) enquanto faço uma careta idiota.
b) para que faça uma careta idiota.
c) segundo faço uma careta idiota.
d) posto que faço uma careta idiota.
e) embora faça uma careta idiota.
9 -

A oração destacada em: “Seria apenas o registro de algo importante QUE NOS ACONTECE - e tudo bem.” classifica-se como subordinada:

a) adjetiva restritiva.
b) adverbial consecutiva.
c) substantiva objetiva direta.
d) adjetiva explicativa.
e) substantiva subjetiva.
10 -

No trecho: “Ou seja, é como se aquilo que vivemos de fato - uma estada em Paris, o jantar num restaurante - não pudesse ser vivido e sentido como aquilo que é.”, as vírgulas foram empregadas, respectivamente, para separar:

a) o adjunto adverbial antecipado - elementos repetidos.
b) o vocativo - o adjunto adverbial antecipado.
c) uma citação-term os de mesma função sintática.
d) o elemento explicativo - termos de mesma função sintática.
e) orações coordenadas - itens de uma enumeração

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