Segundo o acadêmico australiano Scott Burchill, "Relações Internacionais pode ser designada como a disciplina do desacordo teórico". Isso porque os especialistas divergem sobre praticamente tudo o que diz respeito ao seu quadro teórico-conceitual. De modo geral, as discordâncias vão desde ao que deve ser estudado até como deve ser estudado. Isto é, existe desacordo sobre o objeto, sobre a metodologia e sobre a teoria.
Williams Gonçalves.
Relações Internacionais.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002, p. 49 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto apresentado como referência inicial, julgue o item seguinte, acerca de aspectos da teoria das relações internacionais.
O desacordo teórico-conceitual a que se refere o texto existiu apenas até os anos 30 do século passado, época a partir da qual as relações internacionais começaram a formar uma disciplina autônoma.
Verdadeira. |
Falsa. |
O projeto de relações internacionais como disciplina floresceu ante a necessidade de se encontrarem as razões da Primeira Guerra Mundial, haja vista especialmente a complexa rede de interações mundiais explicitadas pelo século XX.
Verdadeira. |
Falsa. |
Apresentados como proposta para se encerrar a Primeira Guerra Mundial, os Quatorze Pontos do presidente norte-americano Woodrow Wilson, assentados na necessidade de serem impostas pesadas penas aos países derrotados no conflito, exerceram vigorosa influência sobre o Realismo, a mais nova corrente teórica das relações internacionais.
Verdadeira. |
Falsa. |
O liberalismo, cujas origens remontam às ideias iluministas do século XVIII, alia as dimensões analítica e normativa, ou seja, pretende mostrar como a realidade é e como deveria ser. Com o avanço da globalização, as teses do liberalismo entraram em franco declínio.
Verdadeira. |
Falsa. |
A corrente realista das relações internacionais defende a objetividade das leis da política, com base no pressuposto de que o comportamento político é sempre orientado pela busca da realização dos interesses. Isso se reafirma, nos dias atuais, nos cenários de negociação internacional, em especial na área econômica.
Verdadeira. |
Falsa. |
O momento histórico da passagem da Era Europeia para a Era da Civilização Global é ainda motivo de debates. Alguns historiadores escolheram 1917 como ano de mudanças. Outros estudiosos consideram 1947, marco do início da Guerra Fria ou da independência da Índia, ou 1949, ano da Revolução Chinesa, como momentos cruciais de mudança das eras. Todos esses acontecimentos foram importantes para a definição dos atores fundamentais na história das Relações Internacionais no século XX.
Christian Lohbauer. História das Relações Internacionais II: o século XX:
do declínio europeu à era global. Petrópolis ? RJ: Vozes, 2005, p. 9 (com adaptações).
Considerando esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item que se segue, acerca de aspectos históricos das relações internacionais contemporâneas.
Ao se referir ao ano de 1917 como um possível marco de mudança nas relações internacionais, o texto remete à Revolução Russa, que levou o bolchevismo ao poder e que exerceu poderosa influência em muitas décadas do século XX.
Verdadeira. |
Falsa. |
A Guerra Fria, a partir de 1947, marcou as relações internacionais do pós-Segunda Guerra Mundial, quando o mundo já era comandado pelas grandes potências europeias ocidentais; o Brasil, por ser um país periférico, passou ao largo desse cenário de confronto ideológico.
Verdadeira. |
Falsa. |
A independência da Índia e a Revolução Chinesa representaram o surgimento de uma Ásia independente das antigas forças colonialistas europeias, fator importante para a reconfiguração das relações internacionais. A política externa brasileira, nos governos Jânio e Jango, procurou participar dessa nova realidade mundial.
Verdadeira. |
Falsa. |
A Revolução Bolchevique desafiou a ordem política e social existente no mundo ao dividi-lo em dois campos de conflito ideológico, o que redefiniu as relações internacionais, sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial. No governo Dutra, o Brasil atrelou-se claramente a Washington (EUA).
Verdadeira. |
Falsa. |
A política exterior inaugurada por Jânio Quadros ? diferentemente da Organização Pan-Americana (OPA) de Juscelino Kubitschek (JK), que priorizava o contexto hemisférico ? partia de uma visão universal, embora sem descuidar do regional; possuía um caráter pragmatista, pois buscava os interesses do país sem preconceitos ideológicos; e, para melhor consecução desses objetivos, adotava postura independente frente a outras nações que tinham relacionamento preferencial com o Brasil. A Política Externa Independente (PEI), calcada no nacionalismo, não só ampliou a política de JK em termos de geografia, como também enfatizou as relações Norte-Sul.
Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno. História da política exterior do
Brasil
. Brasília: Universidade de Brasília, 2002, p. 310 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o item subsequente, acerca da inserção internacional do Brasil no ideologicamente polarizado contexto histórico da primeira metade dos anos 60 do século passado.
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