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Informações da Prova Questões por Disciplina TRT - 4.ª Região - Analista Judiciário - Apoio Técnico-Especializado - Engenharia Elétrica - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2009 - Prova Objetiva

Interpretação de Textos

Janelas quebradas

A deterioração da paisagem urbana é lida como ausência dos poderes públicos, portanto enfraquece os controles impostos pela comunidade, aumenta a insegurança e convida à prática de crimes. Essa tese, defendida pela primeira vez em 1982 pelos americanos James Wilson e George Kelling, recebeu o nome de “teoria das janelas quebradas”. Segundo ela, a presença de lixo nas ruas e de grafite sujo nas paredes provoca mais desordem, induz ao vandalismo e aos pequenos crimes. Com base nessas ideias, a cidade de Nova York iniciou, nos anos 1990, uma campanha para remover os grafites do metrô, que resultou numa diminuição dos crimes realizados em suas dependências.

O sucesso da iniciativa serviu de base para a política de “tolerância zero” posta em prática a seguir. Medidas semelhantes foram adotadas em diversas cidades dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Holanda, da Indonésia e da África do Sul. Mas, apesar da popularidade, a teoria das janelas quebrada gerou controvérsias nos meios acadêmicos, por falta de dados empíricos capazes de comprová-la.

Mas houve, sim, alguns experimentos bem sucedidos. Na Holanda, um deles foi conduzido numa área de compras da cidade de Groningen. Para simular ordem, os pesquisadores limparam a área e colocaram um aviso bem visível de que era proibido grafitar. Para a desordem, grafitaram as paredes da mesma área, apesar do aviso para não fazê-lo. A grafitagem constava apenas de rabiscos mal feitos, para evitar confusão com arte. Em ambas as situações, penduraram um panfleto inútil nos guidões de bicicletas, de modo que precisasse ser retirado pelo ciclista antes de partir. Não havia lixeiras no local. Na situação ordeira, sem grafite, 77% dos ciclistas levaram o panfleto embora. Na presença do grafite, apenas 31% o fizeram, os demais jogaram-no no chão.

Em outra experiência holandesa, foi colocado, numa caixa de correio da rua, um envelope parcialmente preso à boca da caixa (como se tivesse deixado de cair para dentro dela) com uma nota de 5 em seu interior, em local bem visível para os transeuntes. Na situação ordeira, a caixa estava sem grafite e sem lixo em volta; na situação de desordem, a caixa estava grafitada e com lixo em redor. Dos transeuntes que passaram diante da caixa limpa, 13% furtaram o dinheiro. Esse número aumentou para 27% quando havia grafite e sujeira. A mensagem é clara: desordem e sujeira nas ruas mais do que duplicam o número de pessoas que praticam contravenções ou pequenos crimes no espaço público.

(Adaptado de Drauzio Varella,  Folha de S. Paulo , 18/07/2009)

1 -

De acordo com o contexto, deve-se entender que a "teoria das janelas quebradas" sustenta a tese de que:

a)

o espaço público deve ser administrado a partir de iniciativas dos cidadãos.

b)

a concentração urbana é fator determinante para os serviços dos poderes públicos

c)

a atitude dos indivíduos é influenciada pela ação ou omissão dos poderes públicos.

d)

a deterioração do espaço público decorre da ação irresponsável da maioria dos cidadãos.

e)

a iniciativa dos cidadãos é determinante para a formulação de políticas públicas.

2 -

Deve-se deduzir que a expressão janelas quebradas aponta para um fenômeno típico dos espaços urbanos indiciados, também, pela expressão:

a)

aviso bem visível.

b)

situação ordeira.

c)

caixa de correio da rua.

d)

lixo em redor.

e)

envelope parcialmente preso.

3 -

Atente para as seguintes afirmações:

I. O relato das duas experiências ocorridas na Holanda fornece sérios fundamentos para que se rechace a "teoria das janelas quebradas".

II. A tese defendida pelos americanos James Wilson e George Kelling encontra sustentação na remoção dos grafites do metrô de Nova York.

III. A rejeição dos meios acadêmicos à "tese das janelas quebradas" deveu-se à frágil sistematização teórica dos experimentos holandeses.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em:

a)

I, II e III.

b)

I e II, somente.

c)

I e III, somente.

d)

II e III, somente.

e)

II, somente.

4 -

Entre as situações referidas como de ordem ou de desordem, verifica-se uma relação de:

a)

franca oposição, caracterizada pelos tipos de indivíduos que são incitados a delas participarem.

b)

franca oposição, caracterizada pelos elementos físicos que qualificam os espaços.

c)

complementaridade, dado que se aplicam a indivíduos de índoles semelhantes.

d)

complementaridade, visto que a qualidade do espaço urbano real não encontra gradações entre uma e outra.

e)

subordinação, pois é a existência da segunda situação que determina a da primeira.

5 -

Do relato do experimento realizado em Groningen (3.º parágrafo), deve-se deduzir que:

a)

os rabiscos mal feitos funcionaram como índices de desordem.

b)

a maior parte dos ciclistas na situação desordeira interessou-se pelo que dizia o panfleto.

c)

há muita gente que considera artísticos os grafites mal rabiscados.

d)

a existência ou não de lixeiras foi a variável mais relevante.

e)

nem mesmo os avisos bem visíveis impedem a ação dos grafiteiros.

Compreensão e Interpretação de Textos
6 -

Com base no relato da segunda experiência holandesa (4.º parágrafo), comprova-se que há uma relação causal entre:

a)

palavras grafitadas e eficácia das caixas de correio.

b)

qualidade do meio urbano e comportamento moral.

c)

dinheiro exposto e criminalidade urbana.

d)

aumento da segurança e índice de criminalidade.

e)

incitamento ao furto e situação ordeira.

7 -

Considerando-se o contexto, está INCORRETA a tradução de sentido do segmento sublinhado em:

a)

a deterioração da paisagem urbana é lida como ausência dos poderes públicos = é interpretada como omissão

b)

convida à prática de crimes = estimula a

c)

induz ao vandalismo = acomete com

d)

constava apenas de rabiscos mal feitos = constituía-se tão somente

e)

Na situação ordeira, apenas 31% o fizeram = levaram o panfleto embora.

Concordância Nominal e Verbal
8 -

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

a)

Sem o concurso do poder público não se implanta políticas de segurança e não se impede a deterioração do espaço urbano.

b)

Não deixaram de haver experimentos bem sucedidos, apesar de a comunidade acadêmica ter acusado falta de comprovação da teoria.

c)

Logo se verificaram que medidas semelhantes foram tomadas por outros países, como a Inglaterra, a Holanda e a África do Sul.

d)

O que se conclui das experiências relatadas é que cabe aos poderes públicos tomar iniciativas que nos levem a respeitar o espaço urbano.

e)

O fato de haver desordem e sujeira no espaço urbano acabam por incitar o cidadão a reagir como um contraventor ou pequeno criminoso.

Interpretação de Textos
9 -

Está inteiramente clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:

a)

Drauzio Varella, a par de ser um médico competente, é um ótimo cronista e um cidadão preocupado com a qualidade do espaço urbano.

b)

Há quem admire os grafites, embora os artísticos sejam difíceis de separar dos rabiscos que sujam as paredes, aonde se degrada o espaço público.

c)

Pelo que afirma o texto se deduzem que as situações de ordem e desordem concitam a todos a agir de forma algo semelhante, espelhando-as.

d)

Nossas cidades ostentam, cada vez mais, a presença de grafites e outros elementos cuja degradação do espaço público é mais que visível.

e)

Os índices percentuais conclamados no texto não deixam dúvida diante da desagregação, associado à falta de controle e higiene do espaço urbano.

Flexão Nominal e Verbal
10 -

Todas as formas verbais estão corretamente flexionadas na frase:

a)

O progresso que não advir de boas políticas públicas dificilmente advirá de iniciativas meramente individuais.

b)

Já se comprovou que não constitue boa prática política permitir que o espaço público seja degradado.

c)

Se ao poder público não convir enfrentar a ação de contraventores, que aja de modo a não favorecê-la.

d)

Se alguém se deter diante de uma caixa de correio toda grafitada, talvez hesite em deixar nela sua correspondência.

e)

O que a nós couber fazer para dignificar o espaço público, façamo-lo, sem qualquer hesitação.

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