Ora, uma história não é narrada sob a pressão esquizofrênica de ser ou a pura facticidade das informações das fontes, de um lado, ou a imaginação ficcional de seu caráter histórico. Sua facticidade própria, muito mais real do que a facticidade dos dados das fontes, encontra-se na forma em que o passado se torna um elemento influente na vida humana prática no presente.
Jörn Rüsen. História viva. Teoria da História III: formas e funções
do conhecimento histórico. Brasília: EdUnB, 2007, p. 33 (com adaptações).
Considerando esse fragmento de texto, julgue o item subsequente, com referência a aspectos teórico-metodológicos dos estudos em história.
Os aspectos estéticos, políticos, retóricos e(ou) morais que frequentemente caracterizam a historiografia não necessariamente comprometem o seu valor epistêmico.
Verdadeira. |
Falsa. |
As reflexões apresentadas no texto projetam o conhecimento histórico como algo fortemente determinado pela imaginação ficcional e subdeterminado pelos resultados de pesquisa.
Verdadeira. |
Falsa. |
Admitida a decomposição do conhecimento histórico nas atividades da pesquisa, de um lado, e, de outro, da historiografia (ou escrita da história), infere-se que o emprego do termo “facticidade” no texto não se relaciona com a primeira atividade, mas apenas com a segunda.
Verdadeira. |
Falsa. |
O requisito da objetividade impõe ao historiador uma atitude de distanciamento em relação ao seu próprio presente, do contrário é impossível representar o passado tal como realmente foi.
Verdadeira. |
Falsa. |
A ênfase analítica no caráter construtivo e nos aspectos ficcionais do conhecimento histórico raramente tem sido combinada com apologias à tolerância de mentiras e falsificações documentais.
Verdadeira. |
Falsa. |
Uma das teses desenvolvidas no âmbito do narrativismo historiográfico é a de que seriam pouco significativas as diferenças entre as explicações do passado produzidas nos campos da historiografia e da filosofia especulativa da história.
Verdadeira. |
Falsa. |
Como o objeto da história (entendida como um constructo teórico) é o que aconteceu, abstraído tanto do presente quanto do futuro, então o tempo torna-se um dos elementos determinantes do conceito de história. Parece-me, no entanto, que nem a relação que o tempo mantém com outros elementos nem o sentido específico do seu efeito na história foram identificados até hoje com a clareza desejável, tampouco com a clareza possível.
Georg Simmel.
O problema do tempo histórico [1916]. In: Simmel. Ensaios
sobre teoria da história
. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011, p. 9 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item seguinte, relativo à relação entre tempo e história.
A ideia geral de tempo histórico que predomina na literatura teórica expressa a relativa homogeneidade temática e metodológica que caracteriza os diferentes ramos da pesquisa histórica atual.
Verdadeira. |
Falsa. |
A noção tripartite do tempo histórico desenvolvida em meados do século XX pelo historiador francês Fernand Braudel está calcada na distinção entre evento, conjuntura e longa duração.
Verdadeira. |
Falsa. |
Introduzida por Braudel, a categoria da longa duração adaptou e temporalizou a noção de estrutura proveniente da linguística e da antropologia e simbolizou uma defesa da importância da história diante dos avanços cognitivos e institucionais de outras ciências sociais na França de meados do século XX.
Verdadeira. |
Falsa. |
Nas suas investigações sobre conceitos sociopolíticos modernos, o historiador alemão Reinhart Koselleck estudou fontes relativas a um considerável número de espaços linguísticos distintos, o que lhe permitiu empreender uma história conceitual da temporalidade em perspectiva comparada.
Verdadeira. |
Falsa. |
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