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Informações da Prova Questões por Disciplina Tribunal de Contas do Estado - TCE - São Paulo - Auxiliar da Fiscalização Financeira II - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Conhecimentos Gerais e Específicos

Interpretação de Textos

Andrea Vialli

Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor.

Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21% dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanida- de exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das espécies vivas do planeta.

"O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoecono- mista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos problemas ambientais e suas implicações para a economia das nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou.

Para essa escola, as novas métricas para medir o cres- cimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um proces- so de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de cres- cer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve cami- nhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.

"A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê res- postas a questões como geração de empregos, desenvolvi- mento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma o professor Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras.

(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo,

H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)

1 -

Em síntese, o texto trata

a)

da necessidade de crescimento da economia, especialmente nos países menos desenvolvidos, para reduzir os índices de pobreza.

b)

da velocidade da expansão do consumo em oposição à capacidade de recuperação dos recursos naturais existentes no planeta.

c)

do acentuado desenvolvimento de alguns países mais ricos em relação a um modelo econômico que propõe redução desse desenvolvimento.

d)

da superioridade de uma população que consome maior quantidade de recursos naturais contra aqueles que não dispõem desses recursos.

e)

das opiniões de especialistas em procedimentos da economia clássica, que se opõem aos que defendem os princípios da economia ecológica.

2 -

É correto entender, nas palavras do professor citado no último parágrafo do texto, que

a)

se observa preocupação nas empresas para que elas direcionem seus produtos a um maior tempo de vida útil.

b)

se encontram, no atual modelo econômico, pouquíssimas respostas que levem as empresas a uma preocupação ambiental.

c)

é impossível ignorar que as bases de uma economia sólida estão na qualidade do desenvolvimento de uma nação.

d)

há mais espetáculo e bem pouca ação por parte das empresas no diz respeito ao tema sustentabilidade.

e)

existem poucas opções de novos modelos econômicos, especialmente no sentido de gerar empregos e renda.

Compreensão e Interpretação de Textos
3 -

A respeito do 2.º parágrafo do texto, é INCORRETO o que se afirma em:

a)

Os dados nele encontrados são argumentos que vêm comprovar a veracidade do que dizem estudos recentes, como o relatório Planeta Vivo.

b)

No parágrafo está implícito o ritmo exponencial de crescimento econômico com base na produção e no consumo, que induz ao esgotamento dos recursos naturais.

c)

O emprego dos verbos – consomem, vivia, exauriu e dizimou – denota, respectivamente, situação presente, fato que se mantém num tempo indeterminado no passado e fato consumado no passado, nos dois últimos.

d)

Não haveria alteração do sentido original e estaria correto o emprego de viviam, no plural, na seguinte reformulação: os países viviam, em sua maior parte, dentro de seus limites ecológicos.

e)

Na frase A humanidade exauriu e dizimou, os verbos poderiam ter sido empregados corretamente no plural, considerando-se a noção implícita de quantidade no termo humanidade.

Relação de Causa e Consequência
4 -

Identifica-se relação de causa (1) e consequência (2) entre os segmentos:

a)

1. Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente...

2. do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais.

b)

1. atualmente três quartos da população mundial vivem em países

2. que consomem mais recursos do que conseguem repor.

c)

1. graças à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou

2. estão paulatinamente ganhando projeção...

d)

1. Para essa escola, as novas métricas para medir o crescimento não bastam...

2. embora sejam bem-vindas em um processo de transição.

e)

1. embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra ...

2. são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio.

Interpretação de Textos
5 -

No final do texto, o segmento isolado pelos parênteses denota:

a)

referência à expressão que o antecede, como forma de garantir a clareza da informação.

b)

opinião pessoal expressa pelo autor, como crítica ao que vem sendo exposto.

c)

ressalva que introduz uma contestação à informação imediatamente anterior.

d)

enumeração de itens importantes para a compreensão do assunto tratado no parágrafo.

e)

informação redundante, portanto, desnecessária no desenvolvimento das ideias.

Pontuação
6 -

Em relação aos sinais de pontuação empregados no 4.º parágrafo do texto, está INCORRETO o que se afirma em:

I. Os travessões em – ou "biomimetizar" – salientam um determinado sentido, especificado pelo verbo.

II. As aspas em "biomimetizar" indicam intenção específica no uso desse verbo, cujo sentido vem explícito no mesmo parágrafo.

III. Os dois-pontos introduzem um segmento explicativo, correspondente à afirmativa anterior.

Está correto o que se afirma em

(Questão anulada)
a)

I, somente.

b)

III, somente.

c)

I e II, somente.

d)

II e III, somente.

e)

I, II e III.

Regência Nominal e Verbal
7 -

A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. (5.º parágrafo)

A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é:

a)

... que atualmente três quartos da população mundial vivem em países ...

b)

... e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar ...

c)

Ele não está sozinho.

d)

... embora sejam bem-vindas em um processo de transição.

e)

... para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.

Concordância Nominal e Verbal
8 -

A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:

a)

Não está sendo levado em conta uma preocupação maior com as questões ambientais na produção e no consumo atual de bens.

b)

As reparações dos danos provocados por um colapso ambiental pode custar ao mundo expressivas quantias anuais.

c)

Mesmo que se considerem algumas empresas como vanguarda em relação à sustentabilidade, algumas medidas importantes não estão sendo tomadas.

d)

Economistas propõem que produtos de vida mais curta poderia ser substituída por aqueles que causam menos impacto sobre os recursos naturais.

e)

A reconstrução de regiões afetadas por catástrofes ambientais acabam movimentando o setor de serviços e, assim, geram empregos.

Crase
9 -

A transição rumo ...... economia sustentável deve considerar uma produção limitada ...... necessidade de reposição dos itens, e o fabricante prestaria serviços vinculados ...... bens alugados, como manutenção, recolhimento e reciclagem.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:

a)

à - à - a

b)

à - à - à

c)

à - a - a

d)

a - à - à

e)

a - a - a

Pontuação
10 -

Houve promessas de que o crescimento do PIB seria importante para reduzir a pobreza.

As desigualdades econômicas se mantêm.

A cada US$ 160 produzidos no mundo, só US$ 0,60 chegam efetivamente aos mais pobres.

As frases acima articulam-se em um único período com correção, clareza e lógica, em:

a)

Houve promessas para que o crescimento do PIB seria importante em reduzir a pobreza, como as desigualdades econômicas que se mantêm, sendo que a cada US$ 160 produzidos no mundo, só US$ 0,60 chegam efetivamente aos mais pobres.

b)

As desigualdades econômicas se mantêm a cada US$ 160 produzidos no mundo, onde só US$ 0,60 chegam efetivamente aos mais pobres, sem dúvida que as promessas do crescimento do PIB seriam importantes para reduzir a pobreza.

c)

A cada US$ 160 produzidos no mundo, só US$ 0,60 chegam efetivamente aos mais pobres, com as promessas em que o crescimento do PIB seria importante para reduzir a pobreza, cujas desigualdades econômicas se mantêm.

d)

Apesar das promessas de que o crescimento do PIB seria importante para reduzir a pobreza, as desigualdades econômicas se mantêm, tendo em vista que a cada US$ 160 produzidos no mundo, só US$ 0,60 chegam efetivamente aos mais pobres.

e)

As desigualdades econômicas se mantêm, por que em cada US$ 160 produzidos no mundo, só US$ 0,60 chegam com efeito aos mais pobres, diante das promessas de que o crescimento do PIB seria importante para reduzir a pobreza.

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