ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Comentários / TRT - 6.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2012 - Prova Objetiva


Fora com a dignidade


      Acho ótimo que a Igreja Católica tenha escolhido a
saúde pública como tema de sua campanha da fraternidade
deste ano. Todas as burocracias – e o SUS não é uma exceção
– têm a tendência de acomodar-se e, se não as sacudirmos de
vez em quando, caem na abulia. É bom que a Igreja use seu
poder de mobilização para cobrar melhorias.
                  Tenho dúvidas, porém, de que o foco das ações deva
ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista,
chamou de terceirização e comercialização da saúde. É verdade
que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre
leva ao melhor dos desfechos, mas é igualmente claro que
consultas, cirurgias e drogas têm custos que precisam ser
gerenciados. Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir
dom Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso,
prejudicando ainda mais os pobres.
                  Para o religioso, é “a dignidade do ser humano” que
deve servir como critério moral na tomada de decisões relativas
a vida e morte. O problema com a “dignidade” é que ela é subjetiva
demais. A pluralidade de crenças e preferências do ser
humano é tamanha que o termo pode significar qualquer coisa,
desde noções banais, como não humilhar desnecessariamente
o paciente (forçando-o, por exemplo, a usar aqueles horríveis
aventais vazados atrás), até a adesão profunda a um dogma
religioso (há confissões que não admitem transfusões de sangue).
                  Numa sociedade democrática não podemos simplesmente
apanhar uma dessas concepções e elevá-la a valor universal.
E, se é para operar com todas as noções possíveis, então
já não estamos falando de dignidade, mas, sim, de respeito
à autonomia do paciente, conceito que a substitui sem perdas.

(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012)

Questão:

Ao mesmo tempo em que reconhece a importância de a Igreja Católica ter escolhido a saúde como tema da campanha da fraternidade, o autor NÃO aprova que o foco das ações deva ser, como propõe dom Odilo Scherer,

Resposta errada
a)

o apoio às iniciativas que valorizem sobretudo os serviços terceirizados no campo da saúde.

Resposta correta
b)

a franca resistência às iniciativas comerciais que subordinam as questões da saúde às leis do mercado.

Resposta errada
c)

a transferência de responsabilidades na área da saúde, de modo a privilegiar as empresas mais habilitadas.

Resposta errada
d)

a estatização dos serviços essenciais, a fim de harmonizar o interesse público e as leis do livre mercado.

Resposta errada
e)

a clara demarcação entre o que compete ao Estado e o que compete à iniciativa privada, na área da saúde.

Comentários

Ainda não há comentários

Deixe o seu comentário aqui

Para comentar você precisa estar logado.
E-mail: Senha:

Não é cadastrado?

⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.