Vários estudos têm alertado que tanto a população da Terra quanto os níveis de consumo crescem mais rapidamente do que a capacidade de regeneração dos sistemas naturais. Um dos mais recentes, o relatório Planeta Vivo elaborado pela ONG internacional WWF, estima que atualmente três quartos da população mundial vivem em países que consomem mais recursos do que conseguem repor.
Só Estados Unidos e China consomem, cada um, 21% dos recursos naturais do planeta. Até 1960, a maior parte dos países vivia dentro de seus limites ecológicos. Em poucas décadas do atual modelo de produção e consumo, a humanida- de exauriu 60% da água disponível e dizimou um terço das espécies vivas do planeta.
"O argumento de que o crescimento econômico é a solução já não basta. Não há recursos naturais para suportar o crescimento constante. A Terra é finita e a economia clássica sempre ignorou essa verdade elementar", afirma o ecoecono- mista Hugo Penteado. Ele não está sozinho. A urgência dos problemas ambientais e suas implicações para a economia das nações têm sido terreno fértil para o desenvolvimento da ecoeconomia, ou economia ecológica, que não é exatamente nova. Seus principais expoentes começaram a surgir na década de 1960. Hoje, estão paulatinamente ganhando projeção graças à visibilidade que o tema sustentabilidade conquistou.
Para essa escola, as novas métricas para medir o cres- cimento não bastam, embora sejam bem-vindas em um proces- so de transição. Para a ecoeconomia, é preciso parar de cres- cer em níveis exponenciais e reproduzir – ou "biomimetizar" – os ciclos da natureza: para ser sustentável, a economia deve cami- nhar para ser cada vez mais parecida com os processos naturais.
"A economia baseada no mecanicismo não oferece mais respostas. É preciso encontrar um novo modelo, que dê res- postas a questões como geração de empregos, desenvolvi- mento com qualidade e até mesmo uma desmaterialização do sistema. Vender serviços, não apenas produtos, e também produzir em ciclos fechados, sem desperdício", afirma o professor Paulo Durval Branco, da Escola Superior de Conservação Ambiental. De acordo com ele, embora as empresas venham repetindo a palavra sustentabilidade como um mantra, são pouquíssimas as que fizeram mudanças efetivas em seus modelos de negócio. O desperdício de matérias-primas, o estímulo ao consumismo e a obsolescência programada (bens fabricados com data certa para serem substituídos) ainda ditam as regras.
(Texto adaptado do artigo de Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo,
H4 Especial, Vida &Sustentabilidade, 15 de maio de 2009)
Em síntese, o texto trata
a)
da necessidade de crescimento da economia, especialmente nos países menos desenvolvidos, para reduzir os índices de pobreza. |
b)
da velocidade da expansão do consumo em oposição à capacidade de recuperação dos recursos naturais existentes no planeta. |
c)
do acentuado desenvolvimento de alguns países mais ricos em relação a um modelo econômico que propõe redução desse desenvolvimento. |
d)
da superioridade de uma população que consome maior quantidade de recursos naturais contra aqueles que não dispõem desses recursos. |
e)
das opiniões de especialistas em procedimentos da economia clássica, que se opõem aos que defendem os princípios da economia ecológica. |
Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.