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Comentários / Bahiagás - Técnico de Processos Organizacionais - Administrativa - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2010 - Prova Objetiva


O Estado de S. Paulo

A região da Chapada Diamantina, Bahia, pode ficar sem onças-pintadas em um prazo de nove anos e meio. Já para a área de Bom Jesus da Lapa, o prognóstico é ainda pior: a extinção da espécie pode ocorrer em aproximadamente três anos. Para evitar um destino trágico, é preciso proteger mais áreas e tentar conectar, por meio de corredores ecológicos − ligação entre áreas de uso menos intensivo para garantir a sobrevivência da espécie −, os grupos que hoje estão isolados.

Os dados são do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), órgão ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente. O Cenap avalia que a onçapitada está criticamente ameaçada na Caatinga. A estimativa é de que existam no bioma 356 animais, divididos em cinco áreas. Desse total, apenas cerca da metade está em idade reprodutiva (descontam-se os animais mais jovens e os muito velhos). Dessa forma, o número restante, 178, deixa a espécie em situação crítica − um dos critérios para a classificação é haver menos de 250 animais.

Uma analista ambiental afirma que a situação na Mata Atlântica é também extremamente grave. Uma estimativa preliminar, baseada em informações de diversos pesquisadores, indica a existência de 170 indivíduos maduros no bioma. Ela conta que é muito difícil encontrar vestígios do animal e mais raro ainda vê-lo.

Os estudos confirmam que a população de onçaspintadas vem caindo a cada ano. Entre as ameaças, tanto na Caatinga quanto na Mata Atlântica, estão a alteração e a perda de hábitat, provocadas pelo desmatamento e a falta de alimento. Na Caatinga, parte da população se alimenta de tatus e porcos-do-mato e acaba havendo competição por essas presas. Também faltam matas contínuas para garantir a sobrevivência da onça-pintada. Outro conflito é que, ao matar rebanhos, elas podem incomodar fazendeiros e serem perseguidas.

Para o Ibama, a espécie é considerada vulnerável, porque sua situação é melhor em outros biomas e regiões. O quadro é mais tranquilo no Pantanal e na Amazônia. É por isso que o presidente do Instituto Onça-pintada defende ações regionalizadas. "Cada bioma tem um problema diferente". A onça, explica, é uma espécie guarda-chuva. Ao fazer um esforço para sua preservação, várias outras espécies que estão no mesmo ecossistema se beneficiam. Ele acredita ser melhor investir na Amazônia onde, por haver grandes áreas de floresta intocadas, as populações de onças-pintadas conseguiram se manter, para garantir a sobrevivência do animal. Por isso, é importante evitar a degradação e o desmatamento.

(Afra Balazina. O Estado de S. Paulo, Vida&, A26, 24
de janeiro de 2010, com adaptações)

Questão:

Por isso, é importante evitar a degradação e o desmatamento. (final do texto)

Com a conclusão transcrita acima, o autor:

Resposta errada
a)

propõe limites à presença humana em certas áreas de florestas, cuja atividade constitui ameaça à preservação da fauna.

Resposta errada
b)

defende as propostas de analistas ambientais sobre a preservação de ecossistemas que garantam qualidade de vida à população.

Resposta correta
c)

retoma afirmativas anteriores sobre a necessidade de manutenção de áreas intocadas e contínuas, ideais para a onça-pintada.

Resposta errada
d)

se refere, de modo geral, às causas do desaparecimento de onças-pintadas no território brasileiro, apontadas no texto.

Resposta errada
e)

introduz uma contradição ao que vem sendo exposto em todo o texto, a respeito da população de onçaspintadas no país.

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