ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Comentários / Câmara de Itatiaia - RJ (Câmara Municipal de Itatiaia - Rio de Janeiro) - Recepcionista - RBO (RBO-Assessoria Pública e Projetos Municipais) - 2017


Texto I

Leia o texto abaixo e responda às questões de 1 a 7.

Pra lá de Marrakesch

(Mário Prata)

Na noite anterior havia trabalhado feito um mouro.

Acordei e estava um verdadeiro calor senegalês. Depois de

tomar uma boa duma ducha escocesa, quase dormitar num

banho turco, fazer a minha ginástica sueca, passar a minha água

de colônia, vesti meu terno azul turquesa de casimira inglesa (que

fora um presente de grego de uma amante argentina), cuidei do

meu pastor alemão, do pequinês, do dinamarquês, do meu gato

siamês e, com uma pontualidade britânica, deslizando sobre o

tapete persa, sai para fazer um negócio da china.

Logo voltei. Deveria ter saído com a minha refrescante

bermuda, minhas sandálias havaianas e o autêntico chapéu

panamá. Evitaria o calor, aquela tortura chinesa que só um bom

sorvete de creme holandês refrescaria.

Ou teria sido melhor o terno príncipe de Gales, para evitar

uma gripe espanhola ou uma febre asiática? A polaca gostaria

mais.

Foi bom ter voltado. Meu periquito australiano e o meu

canário belga, famintos, pediam semente de maconha

colombiana. E minha galinha de angola, o resto da linguiça

calabresa, resquício de um sanduíche americano com um pouco

de salada russa e molho inglês, cortado com o meu afiado

canivete suíço. Hambúrguer, nem pensar, que é para inglês ver.

Acabei me atrasando, chupei uma mexerica (ou era uma

tangerina ou, ainda, uma bergamota?). Brinquei de sombra

chinesa e quase dormi.

Para acordar, ligo a televisão, vejo um pouco do esporte

bretão, descasco uma lima da pérsia, fico em dúvida entre o pão

sírio e o pão francês, conto até dez em algarismos romanos e

depois em algarismos arábicos e resolvo fazer um filé à

parmegiana. Abro a janela veneziana, preparo um uísque

paraguaio e ali, numa autêntica noite americana, tal e qual um

tigre asiático, dou um sorriso amarelo, brinco com o porquinho da

índia de porcelana inglesa e me sirvo à francesa.

Depois, balanço na poltrona de cana da índia com a cuba

libre. Mas, como o pato vai ser à Califórnia, com pimenta

malagueta ou pimenta-do-reino, misturado com arroz marroquino

(ou à grega?), preparo à milanesa e tudo bem. Vai cravo da

índia? Será que o melhor mesmo não seria um filé à cubana, para

depois enfrentar uma montanha russa, arrotando couve-debruxelas?

Com a chave inglesa abro a porta emperrada, levo no bolso

o meu soco igualmente inglês e saio ao encontro da minha

cidade, do meu Brasil paraguaio.

Coisa de primeiro mundo.

https://marioprata.net/cronicas/pra-la-de-marrakesch - acesso em 10/01/2017

Questão:

Logo no início do texto, Mário Prata utiliza o termo “presente de grego”. Segundo o contexto apresentado, assinale a alternativa que melhor explica seu sentido.

Resposta errada
a) Agradável.
Resposta errada
b) Antigo.
Resposta correta
c) Inadequado.
Resposta errada
d) Próprio.

Comentários

Ainda não há comentários

Deixe o seu comentário aqui

Para comentar você precisa estar logado.
E-mail: Senha:

Não é cadastrado?

⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.