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Comentários / Companhia de Águas e Esgotos do RN - CAERN - Agente Administrativo - FGV - Fundação Getúlio Vargas - 2010 - Prova Objetiva


O Futuro das Cidades é Verde

Texto I

        Cada vez mais humanos vivem em cidades. Somos 
        3,3 bilhões de pessoas em áreas urbanas  – o que 
        corresponde a 51% da  população mundial, contra 49% de 
        habitantes de áreas rurais, segundo dados da ONU. Apesar 
5     da escalada das megalópoles ao longo do século XX, essa 
        inversão ocorreu em escala global apenas em 2008. No 
        Brasil, o fenômeno consolidou-se já na década de 70. Hoje, 
        apenas 16% dos 192 milhões de brasileiros vivem na zona 
        rural, de acordo com o IBGE. Com tanta gente ocupando o 
10  mesmo espaço, agravam-se os problemas de saneamento, 
        transporte e uso de recursos naturais, entre muitos outros. 
        Como solucionar esses problemas é a pergunta do 
        momento.
        Durante o mês de março, o Brasil transforma-se 
15   em sede de três eventos que pretendem respondê-la. A 
        Conferência Internacional das Cidades Inovadoras 
        (CICI2010) recebeu especialistas e prefeitos de diversas 
        partes do mundo entre os dias 10 e 13, em Curitiba (PR). Na 
        sequência, acontecem a Conferência Latino-Americana de 
20   Saneamento (Latinosan 2010), de 14 a 18 em Foz do Iguaçu 
        (PR), e a Primeira Jornada Internacional sobre Energias 
        Renováveis, Eficiência Energética e Poder Local, em Betim 
        (MG), entre os dias 17 e 19.
        Um dos especialistas escalados para a CICI2010 é o 
25   americano Marc Weiss, presidente da organização Global 
        Urban Development (Desenvolvimento Global Urbano). O 
        gestor acredita que o principal desafio à nossa frente é 
        gerar crescimento econômico sustentável e qualidade de 
        vida para todos em todos os lugares. “Com uma 
30   combinação de inovação tecnológica e uma elevada 
        eficiência, as cidades poderão gerar uma expansão 
        substancial de negócios e empregos  – o que vai culminar 
        em  comunidades mais saudáveis e em harmonia com os 
        ciclos da natureza”, diz. O fato de eventos como esses 
35   acontecerem por aqui não é mera coincidência. O País vem 
        se tornando protagonista no combate às mudanças 
        climáticas, principalmente depois da Conferência do Clima 
        da ONU (COP-15), realizada em dezembro em Copenhague, 
        na Dinamarca.
40   Na ocasião, o governo brasileiro apresentou metas 
        ambiciosas de redução de emissões de gases do efeito 
        estufa, um dos grandes problemas gerados pela 
        concentração de automóveis em centros urbanos. “O Brasil 
        está se tornando um líder mundial no trabalho de 
45   estabelecer um novo e alto padrão de desenvolvimento 
        urbano e industrial sustentável”, acredita Weiss. “O 
        desenvolvimento sustentável é política de governo em 
        algumas cidades, e não apenas um conjunto de medidas 
        dirigidas a questões pontuais”, diz Laura Valente de 
50   Macedo, diretora regional para América Latina e Caribe do 
        ICLEI  – Governos Locais pela Sustentabilidade. Ela cita 
        Freiburg, Bonn (ambas na Alemanha), Malmö e Växjo (as 
        duas na Suécia) como exemplos. “Entre suas muitas 
        iniciativas, todas têm em comum a ênfase no uso de 
55   energias renováveis, como a solar, o biogás e a eólica”, 
        afirma. Há quem esteja ousando ainda mais nesse desafio. 
        O escritório Gale International está construindo  – em 
        parceria com a gigante de tecnologia Cisco – a cidade mais
60   sustentável do mundo. Nova Songdo, na Coreia do Sul, deve 
        ficar pronta em 2015 e contará com tecnologias que 
        reduzem o consumo de energia e utilizam materiais naturais 
        e reciclados.
        Existem planos para construir mais 20 centros 
        urbanos parecidos na China e na Índia nos próximos anos. 
65   Uma excelente oportunidade para o Brasil ter cidades que 
        se aproximem desse sonho são os eventos esportivos que o 
        País vai sediar nos próximos anos. Para receber a Copa do 
        Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os
        organizadores tiveram de se submeter a uma série de 
70   medidas ambientais. Coleta seletiva do lixo, uso racional de 
        água, economia de energia e transportes que usem 
        combustível de forma racional são algumas delas. Mesmo 
        que não houvesse essa obrigatoriedade, até lá já viveremos 
        um outro tempo. O Protocolo de Kyoto vence em 2012. Ou 
75   seja: o mundo terá uma nova política de emissões de gases 
        estufa. No mesmo ano, acontece a Conferência das Nações 
        Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de 
        Janeiro – reedição da Rio-92. A bola está conosco.

(André Julião. IstoÉ, ed. 2105, março de 2010, com  adaptações)  

Questão:

Para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, os organizadores tiveram de se submeter a uma série de medidas ambientais. (L.67-70)

Assinale a alternativa em que o SE desempenhe o mesmo papel que o grifado no período:

Resposta errada
a)

Eles se sentaram à beira do lago.

Resposta correta
b)

Ele se cortou fazendo a barba.

Resposta errada
c)

O pai e o filho confrontaram-se até que romperam relações.

Resposta errada
d)

Precisa-se da ajuda do povo para conter o desmatamento.

Resposta errada
e)

Ela se queixou com o chefe.

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