1 O crítico deve ser independente, — independente em tudo e de tudo, — independente da vaidade dos autores e da vaidade própria. Não deve curar de inviolabilidades literárias, nem de cegas adorações; mas também deve ser independente das sugestões do orgulho, e das imposições do amor próprio. A profissão do crítico deve ser uma luta 5 constante contra todas essas dependências pessoais, que desautoram os seus juízos, sem deixar de perverter a opinião. Para que a crítica seja mestra, é preciso que seja imparcial, — armada contra a insuficiência dos seus amigos, solícita pelo mérito dos seus adversários, — e neste ponto, a melhor lição que eu poderia apresentar aos olhos do crítico, seria aquela expressão de Cícero, quando César mandava levantar as estátuas 10 de Pompeu: — "É levantando as estátuas do teu inimigo que tu consolidas as tuas próprias estátuas". A tolerância é ainda uma virtude do crítico. A intolerância é cega, e a cegueira é um elemento do erro; o conselho e a moderação podem corrigir e encaminhar as inteligências; mas a intolerância nada produz que tenha as condições de fecundo e duradouro.
(O ideal do crítico, Obra Completa de Machado de Assis,Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. III, 1994. Publicado originalmente no Diário do Rio de Janeiro, 8/10/1865).
Assinale a alternativa em que todas as palavras seguem a mesma regra gramatical em relação à acentuação gráfica.
a)
crítico - juízos - solícita - mérito - estátuas |
b)
própria - literárias - adversários - intolerância - estátuas |
c)
literárias - solícita - adversários - intolerância - dependências |
d)
tolerância - crítico - juízos - solícita - estátuas |
e)
literárias - adversários - intolerância - solícita - tolerância |
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