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Comentários / MP-MT (Ministério Público do Estado de Mato Grosso) - Promotor de Justiça Substituto - FCC (Fundação Carlos Chagas) - 2019


Questão:

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Nossa quota de felicidade]

  Os últimos 500 anos testemunharam uma série de revoluções de tirar o fôlego. A Terra foi unida em uma única esfera histórica e ecológica. A economia cresceu exponencialmente, e hoje a humanidade desfruta do tipo de riqueza que só existia nos contos de fadas. A ciência e a Revolução Industrial deram à humanidade poderes sobre-humanos e energia praticamente sem limites. A ordem social foi totalmente transformada, bem como a política, a vida cotidiana e a psicologia humana.

  Mas somos mais felizes? A riqueza que a humanidade acumulou nos últimos cinco séculos se traduz em contentamento? A descoberta de fontes de energia inesgotáveis abre diante de nós depósitos inesgotáveis de felicidade? Voltando ainda mais tempo, os cerca de 70 milênios desde a Revolução Cognitiva tornaram o mundo um lugar melhor para se viver? O falecido astronauta Neil Armstrong, cuja pegada continua intacta na Lua sem vento, foi mais feliz que os caçadores-coletores anônimos que há 30 mil anos deixaram suas marcas de mão em uma parede na caverna? Se não, qual o sentido de desenvolver agricultura, cidades, escrita, moeda, impérios, ciência e indústria?

  Os historiadores raramente fazem essas perguntas. Mas essas são as perguntas mais importantes que podemos fazer à história. A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Mas esse relato
progressista não convence.

(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018, p. 386-387)

A supressão da vírgula altera efetivamente o sentido da frase:

Resposta errada
a) A ideia mesma de felicidade parece ter bem pouca relevância, no curso da caminhada da civilização.
Resposta errada
b) Ao longo dos últimos cinco séculos, ocorreram revoluções cruciais na história da humanidade.
Resposta errada
c) Para muitos homens, não faz sentido indagar sobre o teor de felicidade que deveria acompanhar o progresso.
Resposta correta
d) A pouca gente ocorre indagar sobre o sentido do progresso, que atinge uns poucos privilegiados.
Resposta errada
e) Na argumentação do autor, o sentido de progresso civilizacional merece ser amplamente discutido.

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