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Comentários / Tribunal de Justiça - Rio Grande do Sul - Juiz de Direito Substituto - FAURGS - Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - 2016 - Prova Objetiva


O ataque ao cofre

01		A corte chegou ao Brasil empobrecida, destituída e
02	necessitada de tudo. Já estava falida quando deixara
03	Lisboa, mas a situação se agravou ainda mais no Rio
04	de Janeiro. Deve-se lembrar que entre 10.000 e 15.000
05	portugueses atravessaram o Atlântico junto com D.
06	João. Para se ter uma ideia do que isso significava,
07	basta se levar em conta que, ao mudar a sede
08	do governo dos Estados Unidos da Filadélfia para a
09	recém-construída Washington, em 1800, o presidente
10	John Adams transferiu para a nova capital cerca de
11	1.000 funcionários. Ou seja, a corte portuguesa no
12	Brasil era entre 10 e 15 vezes mais gorda do que a
13	máquina burocrática americana nessa época. E todos
14	dependiam do erário real ou esperavam do príncipe
15	regente algum benefício em troca do “sacrifício” da
16	viagem. “Um enxame de aventureiros, necessitados
17	e sem princípios, acompanhou a família real”, notou o
18	historiador John Armitage. “Os novos hóspedes pouco se
19	interessavam pela propriedade do Brasil. Consideravam
20	temporária a sua ausência de Portugal e propunham-se
21	mais a enriquecer-se à custa do Estado do que a
22	administrar a justiça ou a beneficiar o público”.
23		Onde achar dinheiro para socorrer tanta gente? A
24	primeira solução foi obter um empréstimo da Inglaterra,
25	no valor de 600.000 libras esterlinas. Esse dinheiro, usado
26	em 1809 para cobrir as despesas da viagem e os
27	primeiros gastos da corte no Rio de Janeiro, seria um
28	pedaço da dívida de 2 milhões de libras esterlinas que
29	o Brasil herdaria de Portugal depois da independência.
30	Outra providência, igualmente insustentável no longo
31	prazo, foi criar um banco estatal para emitir a moeda.
32	A breve e triste história do primeiro Banco do Brasil,
33	criado pelo príncipe regente sete meses depois de
34	chegar ao Rio de Janeiro, é um exemplo do compadrio
35	que se estabeleceu entre a monarquia e uma casta de
36	privilegiados negociantes, fazendeiros e traficantes de
37	escravos a partir de 1808.

Adaptado de: “O ataque ao cofre”, capítulo do livro “1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte

corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes.

Questão:

Considere as seguintes afirmações sobre pontuação.

I - Poderíamos inserir vírgulas depois de que (l. 04) e portugueses (l. 05), sem incorrer em erro de pontuação.

II - Poderíamos retirar as vírgulas depois de que (l. 07) e de 1800 (l. 09), sem incorrer em erro de pontuação.

III - Poderíamos substituir o ponto final depois de época (l. 13) por uma vírgula (e alterar o E maiúsculo (l. 13) por um e minúsculo), sem incorrer em erro de pontuação.

Quais estão corretas?

Resposta errada
a)

Apenas I.

Resposta errada
b)

Apenas II.

Resposta correta
c)

Apenas III.

Resposta errada
d)

Apenas I e II.

Resposta errada
e)

Apenas II e III.

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