Para responder à questão seguinte, considere o texto que segue, extraído de obra publicada em 1993.
1 A evolução das relações internacionais desde o fim da Segunda Guerra Mundial foi largamente coman- dada pela emancipação dos povos colonizados e pela constituição de um terceiro mundo, que decidiu perma- 5 necer neutro no enfrentamento dos dois blocos. Um dos fenômenos mais importantes da história contemporânea é, precisamente, a entrada, no palco das relações inter- nacionais, na condição dos países que se tornam atores da diplomacia, dos que, por tanto tempo, nele só figura- 10 ram como objeto. O universo político deixa de reduzir-se ao concerto das grandes potências, a saber, quatro ou cinco grandes Estados europeus, mais os Estados Uni- dos e o Japão. O número dos Estados multiplicou-se: é um aspecto e uma decorrência da descolonização. A 15 ONU conta hoje 135 Estados, ao passo que a SDN nun- ca reuniu mais de cinquenta. A descolonização modificou, ao mesmo tempo, o estado das relações entre os continentes, a vida das an- tigas colônias que chegam à independência e até, por 20 via de consequência, a existência das antigas potên- cias colonizadoras. Todos os aspectos até agora enfo- cados são transformados pelas repercussões da desco- lonização. Se quiséssemos reduzir a história política do mun- 25 do nos dois últimos séculos a alguns elementos consti- tutivos, teríamos de assinalar a Revolução de 1789, a revolução russa de 1917 e a emancipação dos conti- nentes sujeitos, há vários séculos, ao domínio da Euro- pa e do homem branco. Foi a sucessão desses três 30 grandes fatos que modelou a fisionomia do mundo con- temporâneo: nosso universo resulta essencialmente dessas três forças sucessivas. Para apreciar o alcance da descolonização, cum- pre situá-la na perspectiva histórica a longo prazo do 35 esforço colonizador europeu. Na véspera da Primeira Guerra Mundial, o mundo era quase totalmente do minado, animado e organizado pela Europa. Pouquís- simos países haviam escapado a esse domínio: o Japão era um deles. Os outros que se encontravam na mesma 40 situação deviam-no ao seu afastamento ou isolamento e, com mais frequência, haviam pago sua indepen dência com a estagnação: assim a Etiópia na África.
(RÉMOND, René. A descolonização. In: O século XX: de 1914 aos nossos
dias. Trad. Octavio Mendes Cajado. São Paulo: Cultrix, p.165-166)
Obs.: SDN: Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações, foi criada no final da I Guerra Mundial, empenhada em manter a paz internacional. Fracassado seu objetivo, extinguiu-se, passando, em 1946, as res ponsabilidades à recém-criada Organização das Nações Unidas, a ONU.
Se quiséssemos reduzir a história política do mundo nos dois últimos séculos a alguns elementos constitutivos, teríamos de assinalar a Revolução de 1789, a revolução russa de 1917 e a emancipação dos continentes sujeitos, há vários séculos, ao domínio da Europa e do homem branco.
Em cada alternativa, certa forma encontrada na frase transcrita acima está associada a uma alteração. Levando em conta o contexto e a norma-padrão escrita, está adequado o seguinte comentário sobre a alteração proposta:
a)
Se quiséssemos / Caso queiramos: a transformação mantém a correção e o sentido originais. |
b)
a alguns elementos constitutivos / às poucas partes constitutivas: a transformação mantém a correção original e não acrescenta qualquer traço de sentido ao original. |
c)
teríamos de assinalar / assinalaríamos: a transformação não implica perda de qualquer traço de sentido original. |
d)
há vários séculos / daqui há vários séculos: observada a formulação exclusivamente do ponto de vista gramatical, sem vínculo de sentido, portanto, com o contexto original, a alteração está correta. |
e)
há vários séculos / em muitos séculos precedentes: a transformação mantém a correção ortográfica e o sentido originais. |
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