Mario Qintana
1 O Mario, além de um grande poeta, era um grande humorista. Ele frequentava bastante a nossa casa e era uma presença quieta e discreta. Minha mãe fazia muito meias de lã para ele. 4 Tantas que um dia ele observou: “Acho que a Mafalda pensa que eu sou uma centopeia”. Uma vez fui levá-lo na casa do Josué Guimarães, e ele teve alguma dificuldade em sair do banco de 7 trás. Disse: “Como a gente tem perna, né?” Era um obcecado por jogo e, na vez em que foi atropelado, pediu urgentemente, ainda do chão, que anotassem o número da placa do carro. Era para 10 jogar na loteria. Nos encontramos no Rio, no Hotel Canadá, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. E ele nos contou que o que mais gostava no Rio eram os túneis, “porque dentro dos 13 túneis descansava da paisagem”.
VASSALO, Márcio. Mario Qintana.1.ª edição. São Paulo,2005, p. 31.
Texto de Luis Fernando Veríssimo, escritor (com adaptações).
Com base no texto e nas suas relações sintáticas e semânticas, assinale a alternativa correta.
a)
O trecho "O Mario, além de um grande poeta, era um grande humorista" (linha 1), pode ser reescrito, sem alteração sintática e semântica, da seguinte forma: Assim como Mário era um grande poeta, era um grande humorista. |
b)
A conjunção "e", empregada duas vezes no segundo período do texto, estabelece a seguinte organização de ideias: a primeira ocorrência liga dois complementos "bastante a nossa casa" (linha 2) e era uma presença (linha 2); a segunda, duas características: "quieta" e "discreta" (linha 3). |
c)
As vírgulas empregadas após o vocábulo "Canadá" (linha 10) e antes da conjunção "porque" (linha 12) separam termos que exercem a mesma função sintática. |
d)
A conjunção "porque", na penúltima linha do texto, liga orações coordenadas entre si e estabelece ideia de causa. |
e)
A colocação proclítica do pronome "Nos" (linha 10) não atende aos preceitos da norma padrão, embora, na oralidade, esse uso seja recorrente. |
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