1 Li no New York Times que pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram que o efeito do riso no 2 corpo assemelha-se ao de um exercício físico. Segundo Robin Dunbar, professor que chefiou o estudo, o 3 riso envolve a exalação repetida de ar dos pulmões. “Os músculos do diafragma têm que trabalhar com 4 força. Assim, o riso prolongado pode ser doloroso e exaustivo, como um exercício intenso”, disse ele. 5 O estudo descobriu também que as gargalhadas fazem o corpo liberar endorfina, substância que provoca 6 prazer, bem-estar, aumenta a capacidade de resistir à dor e melhora o sistema imunológico, entre outros 7 benefícios. 8 Mas agora, com o status científico, o riso poderá ser utilizado na cura e prevenção de doenças. À medida 9 que este estudo for divulgado, comédias serão prescritas, nos consultórios médicos, em receitas ilegíveis, 10 ao lado dos fármacos mais conhecidos. Outras pesquisas hão de confirmar novos efeitos terapêuticos do 11 gargalhar. Acredito que estamos no começo de uma nova era, onde medicina e indústria do entretenimento 12 se entrelaçarão. Já vejo até uma nova categoria do Oscar: Melhores Efeitos Colaterais. 13 Nem tudo será hilário. O doutor Dunbar alerta para o que considero um fato importante: o riso forçado 14 não envolve a série de exalações repetidas e desinibidas que provocam o efeito da endorfina. O que 15 significa dizer que a Vigilância Sanitária terá muito trabalho na fiscalização. Este post, por exemplo, correrá 16 um sério risco de ser vetado para uso terapêutico.
KNIJNIK, Vitor. Medicina cômica. Blogs do Além – Blog do Hipócrates.
Carta capital, ano XVIII, n.º 728, p. 25, 19 dez. 2012. (Adaptado).
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