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Comentários / TRT - 15.ª Região - Analista Judiciário - Jurídica - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva


A significação do cinema.

Atenção: O texto abaixo refere-se à(s) questão(ões) de número(s) a seguir.

Toda crítica envolve uma militância, alertou o teórico francês Christian Metz em A significação do cinema. Toda crítica esconde camadas de subjetividade por baixo do seu manto solene de objetividade. De quando em quando, todo crítico é acometido por algum tipo de cegueira analítica: ora são afetos e relações pessoais que podem flexibilizar o rigor dos textos, ora são idealizações materializadas em artistas que se tornam a mais fiel tradução da própria militância.

O fato é que amo a crítica. Trabalhei durante muitos anos no jornalismo cultural e, por quase uma década, chefiei uma equipe de críticos atuando nas mais diferentes manifestações artísticas.

Acredito piamente que o processo da arte só se realiza em sua plenitude no olhar erudito do crítico, que vai contextualizar determinada obra na história da humanidade, deslindando preciosidades estéticas, temáticas e filosóficas que, em muitos casos, passam despercebidas até mesmo para os próprios criadores. Acho sinceramente que a crítica é um espaço de resistência fundamental nessa massacrante indústria cultural que tanto nos sufoca. Por mais que admire e respeite quem a exerce, nunca me arrisquei por esse caminho, com exceção de um breve período em minha juventude. Há diferentes tipos de crítico, mas sempre me interessei por aqueles que enveredam pelo ensaísmo. Não gosto, porém, de textos que transbordam de tanto entusiasmo diante de uma "obra-prima" nem dos cruelmente destrutivos, sem um único aceno de generosidade.

Vale a advertência de Robert Bresson: "Não há louvação ou crítica demolidora que não parta de um equívoco".

(Evaldo Mocarzel. Bravo!, 187, março de 2013, p. 35, excerto)

Questão:

Vale a advertência de Robert Bresson: "Não há louvação ou crítica demolidora que não parta de um equívoco".

Com a transcrição da advertência acima, o autor

Resposta errada
a)

retoma, apoiando-se em manifestação alheia, sua crença de que o processo da arte só se realiza em sua plenitude no olhar erudito do crítico, olhar esse que afasta as possibilidades de engano na avaliação da produção artística.

Resposta errada
b)

se propõe a desvalorizar quaisquer observações críticas a respeito de obras no ramo das manifestações artísticas, porque a crítica esconde camadas de subjetividade por baixo do seu manto solene de objetividade.

Resposta errada
c)

censura as observações críticas que se baseiam nas impressões subjetivas de quem as emite, a partir da constatação de que, evidentemente, toda crítica exprime a mais fiel tradução da própria militância.

Resposta errada
d)

reafirma a importância de seu próprio trabalho de crítico em que sempre considerou seus afetos e relações pessoais, assinalando, no entanto, que a crítica deve procurar envolver-se no manto solene de objetividade.

Resposta correta
e)

explora novamente, na conclusão do texto, o sentido da afirmativa de que ora são afetos e relações pessoais que podem flexibilizar o rigor dos textos, ora são idealizações materializadas em artistas que se tornam a mais fiel tradução da própria militância.

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