ACESSE GRATUITAMENTE + DE 450.000 QUESTÕES DE CONCURSOS!

Comentários / TRT - 5.ª Região - Analista Judiciário - Judiciária - FCC - Fundação Carlos Chagas - 2013 - Prova Objetiva


Foi no Varandá

Quem não é baiano e chega a Salvador – que também se chama “a Bahia” – faz uma viagem profunda, encontrando dentro de si uma chave insuspeitada, que abre inédita alegria e invoca um verdadeiro companheirismo. É uma súbita epifania, vale dizer, uma manifestação reveladora.

A minha ocorreu faz muito tempo, em 1970, e se deu especialmente no Varandá, um inacreditável barzinho, perto do elevador Lacerda, dependurado lá no alto, sobre o mar, com a varanda que lhe deu o nome. Chegara a Salvador e já estava com uma turma amiga, lá em cima, de frente para a lua e para o forte São Marcelo. Parodiando Drummond: aquela lua, aquele mar me botavam comovido como o diabo.

A descoberta de Salvador (que revisitei recentemente, impressionado com a rápida metamorfose urbana que veio a sofrer a extensa orla) não é sem consequências: o viajante volta de lá não como um turista recompensado, mas como alguém que incursionou para muito dentro de si mesmo, por ter convivido tanto para fora... Talvez não se explique essa sensação de que a alegria mais forte tem dois lados, fazendo comunicar- se a alma pessoal com a alma das ruas.

Pois voltando recentemente a Salvador, procurei pelo Varandá sabendo que já não existia há muito: é assim que funciona a fome teimosa de nossa memória afetiva. Fui até o portãozinho de ferro trancado, que dava para o corredor que à frente virava para chegar à varanda sobre aquele abismo mágico. Colado ao velho portão, vi caixotes velhos, papelão, garrafas, signos do abandono – quase diria de traição. Fiquei ali uns minutos pensando, obviamente, na efemeridade de tudo. Pensei comigo: - Foi aqui, foi no Varandá...

Saí de lá rumo à praça Castro Alves, pensando na magia que os jovens viajantes de hoje, saberão encontrar na cidade. Enquanto isso, ia lembrando uma canção: “Viver não é fácil não / Pergunte pra meu coração / sei perder na valentia/ sei amar o meu amor / Ah moreno / Sei beber no Varandá / Foi Sandoval quem me ensinou”.

(Justino da Veiga, inédito)

Questão:

Está clara e correta a nova redação a que foi submetido um segmento do texto:

Resposta errada
a)

Quem chega a Salvador opera-se uma transformação que lhe parece apossar-se de uma chave cujas alegrias resultam renovadas e abertas.

Resposta correta
b)

Depois de experimentar a sensação de que o tempo nos trai a todos, imaginei que os jovens de hoje saberão encontrar suas próprias fontes de encantamento.

Resposta errada
c)

O turista que retorna de Salvador não se sente como induzido a voltar, mas além disso como alguém cuja intimidade lhe parece revolvida.

Resposta errada
d)

Ao me deparar com os vestígios do abandono, refiz minha convicção onde o tempo, que não cessa de correr, mostra-se intransigente e obstinado.

Resposta errada
e)

O Varandá era um inimaginável barzinho, a cavaleiro do elevador Lacerda, de cuja varanda (daí o nome) parecia sobraçar-se o forte São Marcelo.

Comentários

Ainda não há comentários

Deixe o seu comentário aqui

Para comentar você precisa estar logado.
E-mail: Senha:

Não é cadastrado?

⇑ TOPO

 

 

 

Salvar Texto Selecionado


CONECTE-SE

Facebook
Twitter
E-mail

 

 

Copyright © Tecnolegis - 2010 - 2024 - Todos os direitos reservados.