1 Recordar algo nunca ocorrido é comum e pode acontecer com pessoas de qualquer idade. Muitos indivíduos sequer percebem que determinadas lembranças foram criadas, pois as cenas e até os sons evocados pelo cérebro surgem com a mesma nitidez e o mesmo grau de detalhamento das memórias reais. 4 De acordo com alguns neurocientistas, quando a pessoa se recorda de uma sequência de eventos, o cérebro reconstrói o passado juntando os “tijolos” de dados, mas somente o ato de acessar as lembranças já modifica e distorce a realidade. Um neurocientista de uma equipe que pesquisa esse assunto afirma que se busca reforçar a ideia de que a memória não pode 7 ser considerada um papel carbono, ou seja, de que ela não reproduz fielmente um acontecimento. “Nossa esperança é que, ao propor uma explicação neural para o processo de geração das falsas memórias, haja aplicações práticas nas cortes de justiça, por exemplo”, diz o cientista. “Jurados e magistrados precisam de evidências de que, por mais real que aparente ser, um fato recordado por uma 10 testemunha pode não ser verdadeiro. A memória humana não é como uma memória de computador, não está certa o tempo todo.” O neurocientista relatou que quase três quartos dos primeiros 250 americanos que tiveram suas condenações penais anuladas graças ao exame de DNA haviam sido vítimas de falso testemunho ocular. Um psicólogo entrevistado afirmou que, dependendo de 13 como se conduz uma acareação, ela pode confundir a pessoa interrogada. Correio Braziliense, 26/7/2013 (com adaptações).
Considerando as estruturas linguísticas do texto acima e as ideias nele desenvolvidas, julgue o(s) item(ns) a seguir.
Infere-se da fala do neurocientista citado no texto que jurados e magistrados não sabem que o cérebro humano é capaz de gerar falsas memórias, o que, em outras palavras, significa afirmar que, na análise dos fatos, eles se restringem ao parâmetro de distinção entre lembrança verdadeira e mentira voluntária das testemunhas.
Certa. |
Errada. |
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