Para responder à(s) questão(ões) seguinte(s), considere o texto abaixo.
Pintor e desenhista, Van Gogh compôs um dos mais renomados conjuntos de obras de arte do acervo da história das artes plásticas mundiais. Influenciou, direta ou indiretamente, a produção de sucessivas gerações de artistas, e, em razão da tragicidade de sua existência, tornou-se um modelo, uma espécie de paradigma de personalidade artística criadora. De vida interior intensa e conturbada, a ele foi impossível uma existência regular, dentro de padrões. Em sua atividade artística, tardia e extraordinariamente breve (quando morreu, contava apenas 37 anos de idade), Van Gogh encontrou somente a frustração e a indiferença entre seus contemporâneos. Suas telas, se não eram destruídas ou vilipendiadas, eram guardadas em porões e depósitos como qualquer entulho. Triste ironia, considerando-se que hoje acompanhamos pelos noticiários internacionais os leilões de suas obras, arrematadas por colecionadores do mundo todo a preços vultosos. Dele, como artista, ou mesmo de sua obra, já não se deve falar, visto que ingressaram, indiscutivelmente, no rol dos inquestionáveis tesouros humanos. No entanto, no interior mesmo do mundo objetivo da cultura, ao qual sua pintura se integra, seu legado poderia ser utilizado, como modelo ou premissa, para a análise de inúmeras questões − sociais ou estéticas − que envolvem a arte contemporaneamente.
(Adaptado de João Werner. Ensaios sobre arte e estética. Formato ebook)
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