Alguns anos atrás, a palavra "conectividade" dormia em
paz, em desuso, nos dicionários, lembrando vagamente algo
como ligação, conexão. Agora, na era da informática e de todas
as mídias, a palavra pulou para dentro da cena e ninguém mais
admite viver sem estar conectado. Desconfio que seja este o
paradigma dominante dos últimos e dos próximos anos, em
nossa aldeia global: o primado das conexões.
No ônibus de viagem, de que me valho regularmente,
sou quase uma ilha em meio às mais variadas conexões: do vizinho
da direita vaza a chiadeira de um fone de ouvido bastante
ineficaz; do rapazinho à esquerda chega a viva conversa que
mantém há quinze minutos com a mãe, pelo celular; logo à
frente um senhor desliza os dedos no laptop no colo, e se eu
erguer um pouquinho os olhos dou com o vídeo − um filme de
ação − que passa nos quatro monitores estrategicamente posicionados
no ônibus. Celulares tocam e são atendidos regularmente,
as falas se cruzam, e eu nunca mais consegui me distrair
com o lento e mudo crepúsculo, na janela do ônibus.
Não senhor, não são inocentes e efêmeros hábitos
modernos: a conectividade irrestrita veio para ficar e conduzir a
humanidade a não sabemos qual destino. As crianças e os jovens
nem conseguem imaginar um mundo que não seja movido
pela fusão das mídias e surgimento de novos suportes digitais.
Tanta movimentação faz crer que, enfim, os homens estreitaram
de vez os laços da comunicação.
Que nada. Olhe bem para o conectado ao seu lado.
Fixe-se nele sem receio, ele nem reparará que está sendo
observado. Está absorto em sua conexão, no paraíso artificial
onde o som e a imagem valem por si mesmos, linguagens prontas
em que mergulha para uma travessia solitária. A conectividade
é, de longe, o maior disfarce que a solidão humana
encontrou. É disfarce tão eficaz que os próprios disfarçados não
se reconhecem como tais. Emitimos e cruzamos frenéticos sinais
de vida por todo o planeta: seria esse, Dr. Freud, o sintoma
maior de nossas carências permanentes?
(Coriolano Vidal, inédito)
A conectividade está na ordem do dia, não há quem dispense a conectividade, seja para testar o alcance da conectividade, seja para alçar a conectividade ao patamar dos valores absolutos.
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a)
lhe dispense - testá-la o alcance - alçá-la |
b)
a dispense - lhe testar o alcance - alçá-la |
c)
a dispense - a testar no seu alcance - lhe alçar |
d)
dispense-a - testá-la o alcance - alçá-la |
e)
dispense-lhe - lhe testar o alcance - lhe alçar |
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